A busca por novos mercados deve alavancar as exportações de vinhos e espumantes em 2009. A Europa e a Ásia são as próximas apostas dos produtores brasileiros, que iniciam um processo de consolidação de mercados exóticos, como China, Cingapura e, posteriormente, Índia. A expectativa do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) é de que o setor apresente um crescimento de 30% neste ano, tanto em volume de litros comercializados como em valores econômicos. No ano passado, as exportações chegaram a US$ 4,7 milhões, valor 99,4% superior às vendas de 2007. A meta para 2009 é chegar a US$ 6 milhões.
Para alcançar este objetivo, o Ibravin planeja infiltrar-se em novos mercados importadores, especialmente o asiático. "É um mercado que dá resultados muito rápidos em questões de vendas. Queremos atingir a Ásia como um todo, vendendo para China, Coreia e outros", afirma a gerente de exportações do Ibravin, Andreia Gentilini Milan.
Cingapura também entra na lista das próximas investidas dos brasileiros neste ano, através de campanhas e ações publicitárias que devem ser iniciadas brevemente. Em setembro, jornalistas das principais regiões prospectadas devem ser convidados para conhecer a safra brasileira, a fim de promover o País como mercado exportador de vinho e derivados.
A Rússia é outra aposta dos produtores para os próximos anos, principalmente por ser um grande mercado. "É muito interessante, mas tem suas peculiaridades e, por isso, devemos ir com um pouco mais de cautela", declara Andreia. De acordo com ela, dados mostram que o país está crescendo muito como consumidor de vinho e derivados. "Nossa preocupação é o nosso posicionamento. Temos que estudar muito bem o mercado russo", pondera.
Aproveitando-se deste potencial consumidor, a vinícola Garibaldi embarcou nesta quarta-feira o primeiro lote de um total de 480 mil litros de vinho a granel para a Rússia. Conforme o presidente da vinícola, Oscar Ló, as negociações, fechadas ainda no ano passado, tiveram auxílio de subsídio da Conab, pois o valor do vinho negociado não é competitivo. "Com o preço que o mercado internacional nos paga, não temos condições de exportar a granel, apenas com auxílio do governo", afirma. Para ele, este é apenas o primeiro passo na consolidação das exportações. "No primeiro momento o subsídio é uma forma de fortalecer o mercado, fazendo com que aos poucos o preço do vinho se eleve", ressalta.
Outra aposta em terras asiáticas é a Índia, que também vem crescendo seu consumo de vinhos e derivados. "Se fala muito em Índia, pois é um mercado emergente que hoje apresenta muitas feiras do setor", conta Andreia. A expectativa é de no ano que vem já sejam feitas as primeiras ações publicitárias no país. Os principais importadores de vinho brasileiro atualmente são Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra e República Checa. Para estes mercados, devem ser intensificadas as campanhas ainda neste ano, com o objetivo de qualificar o produto brasileiro. Os Estados Unidos serão o principal alvo de exportação, onde deverão ser realizadas ações específicas, a fim de solidificar os negócios neste setor.
Algumas novas relações comerciais já devem surgir nesta sexta-feira, quando se inicia a rodada de negócios da Fenavinho Brasil 2009, em Bento Gonçalves. No primeiro dia de negociações, 29 compradores nacionais deverão conhecer as cerca de 80 vinícolas que participam do Projeto Comprador.
Veículo: Jornal do Comércio - RS