Fabricante de bebidas conseguiu reverter prejuízo de R$ 65 milhões apurado em 2013, mas o volume produzido recuou 9%, para 30 milhões de hectolitros
A fabricante de bebidas Brasil Kirin vai adotar estratégia regional para garantir as vendas este ano. Depois de ver o volume produzido recuar 9%, para 30 milhões de hectolitros em 2014, a empresa vai investir mais nos pontos de venda.
"A redução no volume produzido no ano passado é resultado de uma adequação estratégica para trabalhar com um portfólio mais lucrativo", conta o diretor financeiro da Brasil Kirin, Celso Marciniuk. Ele cita ainda o efeito da Copa do Mundo, período no qual as vendas ficaram abaixo do esperado.
"Este ano vamos investir mais no ponto de venda para balancear o efeito da retração no consumo", explica ele, fazendo referência ao cenário econômico desfavorável.
O Capex (sigla em inglês para investimento em bens de capital) será menor este ano, adiantou o executivo, já que a empresa fez um investimento grande na instalação da nova fábrica em Igarassu (PE) nos últimos dois anos.
"A nova fábrica será inaugurada em maio deste ano e até o final de 2016 devemos migrar toda a produção da planta de Recife para lá", diz ele.
Marciniuk lembra que, até agora, não viu sinalização sobre a continuidade dos programas de financiamento de débitos tributários do governo federal com o Programa de Recuperação Fiscal (Refis) e do governo estadual com o Programa Especial de Parcelamento (PEP) em São Paulo, o que deve ter impacto no balanço deste ano.
"Esses eventos financeiros não recorrentes, que têm impactado negativamente as contas, não devem ocorrer em 2015", acredita Marciniuk.
Recuperação
No último ano, a Brasil Kirin conseguiu reverter o prejuízo de R$ 65 milhões registrado em 2013 e encerrou 2014 com lucro líquido de R$ 23 milhões.
De acordo com o executivo, a redução de despesas financeiras contribuiu para a reversão do prejuízo registrado em 2013. As despesas gerais e administrativas totalizaram R$ 450 milhões em 2014, uma queda de 19% ante o ano anterior, segundo o balanço financeiro divulgado pela empresa.
A receita líquida avançou 1% na mesma comparação, somando R$ 3,98 bilhões. Já o Ebitda, lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, caiu 4,9% para R$ 472 milhões contra o ano anterior.
O custo dos produtos vendidos (CPV) por hectolitro subiu 7% na mesma comparação. "O aumento do CPV foi resultado, principalmente, do aumento dos custos com matéria-prima e por um mix de produtos com maior valor adicionado", afirma o executivo. Segundo ele, a alta, entretanto, foi compensada pela redução dos custos gerais da fabricante.
Veículo: DCI