São Paulo - A regulação do mercado de bebidas não-alcóolicas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ministério da Agricultura tem avançado muito nos últimos anos, mas alguns entraves persistem e dificultam a inovação.
"Sempre podemos melhorar a regulamentação e, hoje, vejo a regulação da Anvisa ainda um pouco travada para algumas alegações relacionadas a novos nutrientes que possam vir a ser descobertos, diferentemente de outros países, onde isso já avança de forma mais rápida", afirmou a gerente de assuntos regulatórios da International Flavors & Frangances (IFF) no Brasil, Andrea Valença.
Ela destacou que os dois órgãos que regulamentam o setor vêm trabalhando em conjunto com a indústria para promover mudanças viáveis, inclusive na substituição de açúcar. "A redução do ingrediente ainda é um desafio para a indústria. Principalmente porque a Anvisa, desde quando começou a falar de redução, não quer simplesmente uma substituição por edulcorantes (adoçantes). Temos um desafio tecnológico, porque o açúcar confere cor, textura e não apenas o sabor" explica.
Apesar da busca da indústria de bebidas, principalmente em refrigerantes, para inovar, o mercado continua encolhendo. Dados da consultoria Kantar Worldpanel mostram que em 2016 o volume vendido de refrigerante no País recuou 1,7% em comparação com um ano antes. Em 2015, o setor teve queda de 14% em relação ao ano imediatamente anterior.
De acordo com o presidente da Associação de Fabricantes de Refrigerantes do Brasil (Afrebras), Fernando Rodrigues de Bairros, a indústria vem investindo para inserir inovações no mercado e não perder espaço para outras categorias, mas não é fácil fazer essas mudanças.
"O grande desafio ainda é reduzir o nível de açúcar das bebidas, mas sem comprometer o sabor", afirmou ele.
Fonte: DCI