Os estoques globais de suco de laranja do Brasil, maior exportador mundial, devem terminar a temporada 2017/18 (julho/junho) com volumes entre 200 mil toneladas e 300 mil toneladas, estimou na sexta-feira (19) a associação de exportadores CitrusBR.
O montante representa alta de pelo menos 185% em relação a previsão para o fechamento da safra atual, que deve encerrar com os menores níveis da história.
Segundo a entidade, o crescimento se deve a uma forte recuperação esperada na safra de laranja 2017/18 da região citrícola de São Paulo e sudoeste de Minas Gerais, que deverá atingir 364,47 milhões de caixas de 40,8 kg, alta de quase 50% ante a fraca temporada anterior. Na área, estão situadas as principais unidades exportadoras de suco do País.
Com uma safra maior, a produção de suco de laranja congelado e concentrado (FCOJ equivalente) poderia ter forte aumento para 1,1 milhão de toneladas, conforme uma estimativa preliminar que considera a média de rendimento industrial das últimas cinco safras. Em 2016/17, a produção somou 648 mil toneladas, queda de 18,4% ante 2015/2016.
O aumento deve ajudar a repor os estoques de suco de laranja do Brasil, "mas sem gerar excedentes", destacou o diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto.
"O ciclo da cadeia do suco de laranja é muito longo, por isso acreditamos que teremos um equilíbrio nos estoques nos próximos 12 a 18 meses", ressaltou ele, em nota.
O executivo explicou que uma previsão mais acurada sobre os estoques em 17/18 será possível após o acompanhamento do desenvolvimento dos frutos ao longo dos próximos meses e variáveis como rendimento industrial, consumo interno de fruta e demanda por suco.
Na melhor das hipóteses (300 mil toneladas), os estoques ainda seriam inferiores aos verificados em junho de 2016, quando somaram 351 mil toneladas. No mesmo período, em 2012, após uma safra abundante, somaram mais de 660 mil toneladas.
A produção total de pouco mais de 1 milhão de toneladas de suco projetada para 2017/18 ainda ficaria acima da atual demanda média anualizada de 964 mil toneladas.
Questionado sobre as perspectivas de demanda para a nova safra, Netto afirmou que "é possível" que cresça em relação a 2016/17, "principalmente porque neste ano tivemos restrição na oferta, o que dificultou o ritmo de embarque". "A esperança para todo setor é que a receita cresça, principalmente porque teremos mais suco disponível.
Mas, obviamente, essa é relação que depende totalmente do mercado. Porém, acreditamos que os fundamentos estejam bastante sólidos", disse ele, ressaltando que a associação não faz cenários relacionados a preços.
Fonte: DCI São Paulo