Tradicionalmente conhecida por fabricar bebidas de apelo popular como a catuaba Selvagem, carro-chefe que vende 300 mil caixas por mês, a Comary está ampliando sua linha de produtos para aumentar a presença nas classes A e B. Até o fim do ano, o plano é lançar quatro bebidas: Selvagem-Oxy, uma versão gaseificada e em lata da catuaba; Green-Day (um suco de uva); Red Hot Light, um energético sem açúcar; e um refrigerante tipo cola. Para ampliar a produção, foram investidos R$ 3 milhões na reestruturação da fábrica em Teresópolis, região serrana do Rio.
A estratégia de alcançar também as classes média e média alta começou em 2005, quando a empresa percebeu que o mercado popular já estava estagnado. Além disso, algumas de suas bebidas começavam a fazer sucesso entre o público jovem frequentador das "baladas paulistas" ou da "night carioca". "Em muitas boates ou em raves, os jovens tomam a Selvagem", afirma Frederico Nunan, gerente de marketing da empresa.
A fabricante decidiu, então, apostar em mercados onde já havia um líder estabelecido e não seria necessário fazer uma grande publicidade para estabelecer a categoria. A ideia era oferecer um preço menor e, assim, entrar no mercado mais rapidamente.
O primeiro produto foi lançado em 2006: o Syn Lemon Ice, uma bebida de vodca, água gaseificada, limão e açúcar cuja principal concorrente é a Sminoff Ice, da Diageo. A bebida da Comary, no entanto, chegou ao mercado 25% mais barata e agora está entre os cinco mais vendidos do segmento em supermercados, segundo a associação do setor (Abras). O autosserviço responde por cerca de 70% das vendas desse tipo de bebida, segundo a Nielsen.
Em 2007, a Comary lançou o Red Hot, um energético vendido a um preço cerca de 20% menor que o líder Red Bull. O desempenho dos dois produtos foi o incentivo para a nova extensão de linha. A Comary faturou R$ 126 milhões em 2008 e pretende atingir R$ 180 milhões este ano
Veículo: Valor Econômico