Depois de um ano de incertezas, representantes da avicultura do Paraná voltaram a fazer previsões otimistas para 2009 e também para 2010. Isso porque levantamento do Sindicato das Indústrias dos Produtos Avícolas do Paraná (Sindiavipar) mostra que o abate de janeiro a outubro foi de 1,044 bilhão de cabeças de frango, o que representa alta de 2,36% na comparação com o volume de 1,020 bilhão de igual período do ano passado.
Se tudo correr como o previsto em novembro e dezembro, com aumento do consumo de aves para as festas de fim de ano, a intenção é fechar o exercício com crescimento de 10% nas vendas, mesma porcentagem que já está sendo prevista para 2010.
O presidente do Sindiavipar, Domingos Martins, disse que no início do ano os avicultores acreditavam em crescimento, mas o cenário econômico da época não deixava claro o que poderia acontecer. "O que sabíamos é que seríamos os últimos a entrar na crise econômica e os primeiros a sair", diz ele. "Mas trabalhávamos mês a mês, com uma projeção de no máximo 90 dias." Ele lembrou que, em 2008, o aumento no abate no Estado foi de cerca de 14%, por isso foi considerado um "ano fantástico", mas os dois últimos meses deixaram os empresários preocupados.
Outubro, de acordo com o Sindiavipar, foi o segundo melhor mês em abate, com 112,6 milhões de cabeças de frango, atrás apenas de julho (113,9 milhões). Da produção paranaense, 70% ficam no mercado interno e 30% é exportada. Por isso, Martins explicou que, mesmo com volume maior, o faturamento do segmento deve cair em 2009. No caso das vendas externas, a queda na receita é estimada em 14%.
Além da valorização do real, o preço caiu em dólar e houve alterações no mercado. Japão e União Europeia, por exemplo, que compravam partes mais elaboradas e caras, reduziram encomendas. Mas houve ampliação de contratos em mercados consolidados na Ásia e Oriente Médio e a conquista de novos clientes estrangeiros.
O resultado até outubro manteve o Paraná na liderança nacional de produção de frangos de corte. Martins afirma que 2010 será um ano especial, com a economia restabelecida e aumento na renda dos consumidores. Por isso, ele acredita que investimentos em ampliação poderão ser desengavetados.
"A avicultura do Paraná já retomou seu perfil de exportadora. O setor está fortalecido, com os mercados interno e externo respondendo pela demanda estável verificada pelas indústrias", diz. Ontem Domingos participou em Maringá, Noroeste do Paraná, do V Encontro Técnico da Unifrango (holding que conta com 19 abatedouros e incubatórios do Estado), que reuniu especialistas da área para tratar de temas sanidade avícola, preços de insumos e perspectivas de mercado.
Veículo: Valor Econômico