Cade autoriza Sadia e Perdigão a fazerem compras conjuntas

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Na primeira sessão de julgamento do ano do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), realizada ontem, foram aprovados dois pedidos da Perdigão e da Sadia para que as empresas possam fazer compras conjuntas de insumos e serviços, como carne in natura, grãos, embalagens e insumos agropecuários. Na última sessão de julgamento do ano passado, o presidente do Cade, Arthur Badin, pediu vista, prorrogando o aval para esse ano.

 

Ao DCI, dias antes da sessão realizada ontem, Badin afirmou que seu despacho não "revelaria surpresas".

 

Embora as duas empresas estejam obrigadas a manter separadas as suas estruturas administrativas e comerciais até o julgamento do processo de fusão no Cade, a Perdigão e a Sadia foram autorizadas a fazer operação conjunta nesses tipos de aquisição. O conselheiro Carlos Ragazzo, disse que a mudança é mínima no acordo assinado com as duas empresas. "Os dois pedidos foram aceitos, porque as empresas têm uma participação muito baixa no mercado de carne bovina in natura e na aquisição desses insumos", afirmou Ragazzo. Segundo ele, essa liberação é muito fácil de ser reversível. "Não vai ter integração de estruturas. Elas só vão coordenar aquisição conjunta desses insumos", explicou o conselheiro. Nem ele nem os demais conselheiros souberam informar quando o processo de fusão irá a julgamento.

 

A incorporação da Sadia pela Perdigão foi anunciada em maio do ano passado e a fusão resultou na criação da empresa BRF Brasil Foods, que se tornou a maior empresa de alimentos industrializados do Brasil. Em julho do ano passado, o Cade assinou com as duas empresas o Acordo de Preservação da Reversibilidade da Operação (Apro) mantendo separadas as estruturas das empresas.

 

Casas Bahia

 

O conselheiro do Cade Vinícius Carvalho foi escolhido como o relator do processo de compra da Casas Bahia pelo Pão de Açúcar, anunciada em 4 de dezembro. A distribuição do processo foi feita em sessão do Cade, considerando que Carvalho já é relator do processo de análise da compra do Ponto Frio pelo grupo Pão de Açúcar, ocorrida em junho de 2009. Em dezembro, executivos dos dois grupos asseguraram ao presidente do Cade, Arthur Badin, que as operações do Pão de Açúcar e da Casas Bahia continuariam separadas até o fim de janeiro.

 

O negócio deve resultar em um gigante do varejo, com faturamento anual de R$ 40 bilhões.

 

Outros

 

Também foi aprovada ontem, por unanimidade, a aquisição integral da Café Três Corações S.A. (Três Corações) e Montes Claros Indústria e Comércio de Produtos Alimentícios Ltda. (Montes Claros), que têm os mercados de café torrado e moído, capuccino e café com leite. Ficou determinado apenas que as empresas ajustem uma das cláusulas de não concorrência do contrato.

 


Veículo: DCI


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