O Sindicato Patronal dos Criadores de Aves do Estado de Santa Catarina (Sincravesc) e a Sadia entraram em acordo para reajustar os preços pagos aos produtores integrados da empresa. Pelo acordo, os criadores vão receber um reajuste médio de 5% a 11% no preço-base dos animais.
O acerto, fechado na quinta-feira, determinou também que a Sadia assuma 75% do custo do " apanha das aves " nos criadouros para carregamento. Antes, a empresa arcava com 50% do gasto. Segundo o presidente do Sincravesc, Valdemar Kovaleski, cerca de 2 mil produtores serão beneficiados pela medida. Santa Catarina tem, atualmente, cerca de 6 mil criadores de aves, a grande maioria integrada com a agroindústria.
A Sadia, por meio de sua assessoria de imprensa, disse que o reajuste foi a celebração de um acordo que vinha sendo tratado há algum tempo. " Isso é reflexo de um trabalho conjunto entre o sindicato que representa os produtores catarinenses (Sincravesc) e a Sadia " , declarou a empresa, em nota.
O acordo só beneficia os produtores integrados da Sadia, explicou a assessoria de imprensa. Enquanto a incorporação da companhia pela Perdigão não é aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), ambas seguem operando de forma independente no Estado. Mas a Brasil Foods, resultado da união, já possui uma cadeia própria de produtores integrados, que funciona de maneira autônoma.
De acordo com Kovaleski, o acordo foi possível agora em função do cenário de retomada dos negócios e de redução nos custos de alimentação animal. Em valores reais, o reajuste representa um ganho médio de R$ 600 a R$ 700 por lote de frango. Nos preços dos perus, os ganhos ficam entre R$ 1 mil e R$ 1,2 mil por lote de animais.
O diretor-executivo da Associação Catarinense de Avicultura (Acav), Ricardo Gouvêa, disse que o reajuste aos produtores integrados a Sadia foi discutido no âmbito do comitê permanente de acompanhamento do setor, criado em 2007. A entidade reúne representantes de produtores e das agroindústrias.
No ano passado, o comitê foi restaurado em virtude dos abalos provocados pela crise econômica na avicultura do Estado. Apesar do reajuste conquistado junto à Sadia, Gouvêa diz que as outras agroindústrias da região não devem realizar acordos semelhantes com os produtores. Entre os pontos de trabalho, está a criação de uma tabela de referência de custos de produção da avicultura catarinense. Segundo Gouvêa, este levantamento está sendo feito com o apoio de técnicos da Embrapa.
De acordo com ele, um dos principais pontos de trabalho é a homogeinização no pagamento da " apanha das aves " . Hoje, cada empresa trabalha e maneira diferente
Veículo: Valor Econômico