O peixe que dá pinta

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O pintado, ou surubim como é conhecido em outras regiões do país, é um prêmio para os pescadores que se aventuram no Pantanal. Mas vai se tornar cada vez mais comum nas casas e restaurantes. O frigorífico exportador de peixes Mar & Terra, com sede em Itaporã (MS), não só está dobrando a produção do peixe para cem toneladas/mês, como intensifica uma campanha de divulgação do produto junto a chefs conceituados no Brasil. A empresa foi criada em 2001 por Pierre Landolt, presidente da Sandoz Family Foundation, membro dos conselhos de administração da Novartis e da Syngenta, que tem negócios sustentáveis no país. Começou a estocar e processar peixes de terceiros em 2003. O salto produtivo se iniciou em 2008 quando a Mar & Terra passou a trabalhar com a reprodução da espécie nativa. "No ano passado investimos na sobrevivência dos alevinos. O pintado é um peixe canibal, devora os da sua espécie. Portanto, temos de monitorar o processo cuidando sempre do tamanho de cada um, para que nenhum grande se sobre ponha", explica Reinaldo Manfrim Duarte Júnior, gerente de Operações.

 

Pinta I. A classificação dos peixes pelas fases de desenvolvimento aumentou a sobrevida de 60% para 80%, o que significa que este ano 1,3 milhão de alevinos vão gerar cerca de cem toneladas por mês de peixes. Com o trabalho junto aos chefs, que foram chamados para conhecer a criação in loco, 20% dessa produção já segue para restaurantes. O mercado externo representa 30%, sendo que nesse caso, o produto é exportado em forma de filé a € 11 o quilo. " Quando o dólar estava mais baixo chegamos a exportar 70% da produção. Mas nossa meta é ficar nos 50%. " Como o pintado demora um ano para chegar à fase de abate, esses mercados têm de ser trabalhados com antecedência. "Mandamos no começo do ano amostras para o Japão, esperando a encomenda para dezembro." Seus mercados hoje são Suíça, Alemanha e EUA.

 

Pinta II. Metade da produção segue para as grandes redes supermercadistas. "Desenvolvemos uma logística em que o peixe sai de Itaporã na sexta, embarca no sábado e está no mercado na segunda. Depois do processamento o filé fresco dura 7 dias." São Paulo é o maior consumidor do pintado, por concentrar os varejistas e também os restaurantes parceiros. Cadeias como Galeto's e Almanara contam com cortes específicos e são abastecidos semanalmente. A Páscoa é a data de maior venda do peixe inteiro, em que a empresa vende 90 toneladas de uma vez. "Nossa atual estrutura trabalha com um turno e capacidade de oito toneladas por dia. Mas aumentando a demanda, podemos quintuplicar esse volume." O faturamento da empresa, que foi R$ 9 milhões em 2009, deve chegar a R$ 14 milhões este ano, incluindo outras espécies como o pacu e a tilápia.

 

Veículo: Valor Econômico

 


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