O programa de indicação de procedência da carne do Pampa gaúcho, na Campanha meridional, foi muito bem recebido pelos criadores, mas alguns acham que ele precisa ser aprimorado para atender aos objetivos, principalmente quanto ao volume de carne a ser oferecido ao mercado. Até agora, os volumes não são grandes porque, sem alguns ajustes, o campo da região não tem condições de oferecer o boi verde na quantidade necessária para ser um negócio rentável. O ponto de vista é do criador Walter José Pötter, da Estância Guatambu, em Dom Pedrito, um dos primeiros a aderir ao Projeto Apropampa, sugerido pelo Sebrae-RS. Ele defende que é preciso modificar as regras em dois aspectos: primeiro, aceitar a participação de animais sintéticos; segundo, permitir a suplementação da alimentação com grãos.
Com a participação de animas braford e brangus, por exemplo, a oferta de carne seria maior. Estes animais são até mais originários do Pampa do que os hereford e angus, cujos ancestrais vieram da Inglaterra, enquanto os sintéticos foram criados no Pampa, a partir da cruza dos europeus com os zebuínos. É uma tese bem aceitável. Quanto à suplementação com grãos, ela não significa confinamento nem tira dos animais a condição de “boi verde”, pois é feita a campo. Ambas as medidas, se adotadas, poderão triplicar a oferta de “carne do Pampa”.
Veículo: Jornal do Comércio - RS