Barreira ao frango dos Estados Unidos pode ajudar Brasil na China

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Francisco Turra, presidente da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), disse ontem que o Brasil pode ganhar mercado na China após o país decidir sobretaxar o frango produzido nos Estados Unidos. Em Buenos Aires, onde se reuniu com representantes do setor do Mercosul, Turra disse que o Brasil deve ser beneficiado pela decisão do governo Chinês de adotar tarifas antidumping de 50,3% a 105,4% na importação de frango dos Estados Unidos.

 

"Não significa que esse anúncio de tarifa seja uma vitória para nós, mas com certeza é uma facilidade para o Brasil, que está entrando de forma muito tranquila no mercado chinês", afirmou. Em 2009, as vendas de frango brasileiro para a China somaram 28 mil toneladas. Para este ano, a previsão é de exportações de até 128 mil t. Segundo Turra, "desde a abertura do mercado chinês ao frango brasileiro, ocorrida em maio de 2009, nunca houve algum problema nas exportações".

 

A medida antidumping contra os EUA foi anunciada depois de o Congresso americano ter dado o primeiro passo para a aprovação de projeto de lei que permite a imposição de barreiras a produtos feitos na China por causa do nível de desvalorização do iuane em relação ao dólar. "Ao longo desse ano já tivemos uma mostra clara de que está havendo uma relação conturbada entre os Estados Unidos e a China, que está se afastando da dependência norte-americana de frangos", observou Turra.

 

Ao mesmo tempo, avaliou, os importadores estão procurando muito os exportadores brasileiros. "Os chineses não querem perder um mercado para ganhar outro. Eles querem segurança e estão conversando muito com o Brasil. Percebemos que há um movimento muito favorável à indústria brasileira."

 

Mercosul

 

A indústria avícola da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai decidiu ontem pedir aos governos de seus países atenção especial às demandas do setor nas negociações do Mercosul com a União Europeia. "Não estabelecemos ainda os números, mas decidimos pedir que a avicultura tenha uma pauta de negociação especial dentro do tema agrícola", disse Turra.

 

Representantes da indústria aprovaram um documento no qual solicitam também que os negociadores trabalhem pela abertura do mercado europeu, estabelecendo uma tarifa média e sem o limite de cotas. "Esse é o pleito maior porque hoje estamos aprisionados pelo regime de cotas", ressaltou Turra, afirmando que a indústria quer acompanhar as negociações.

 


Veículo: DCI


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