Abates têm expansão em Minas

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Suíno e frango tiveram alta de 9,5% e 1,8%, respectivamente, em Minas; bovino estagnou. 


 
Os abates de suínos e frangos em Minas Gerais, ao longo do segundo trimestre de 2010, apresentaram incremento de 9,5% e 1,8%, respectivamente, se comparados com igual período do ano passado. Mantendo a mesma base de comparação, os abates de bovinos se mantiveram praticamente estáveis.

 

Entre abril e junho foram abatidas cerca de 641,8 mil cabeças de bovinos, o que representa um recuo de apenas 0,31% frente os 643,9 mil animais abatidos no mesmo período de 2009. Os dados são da Pesquisa Trimestral de Abate de Animais elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

No país foram abatidas 7,587 milhões de cabeças de bovinos ao longo do segundo trimestre, alta de 7,2% com relação ao trimestre imediatamente anterior e de 10% na comparação com igual período de 2009. Os dois índices de crescimento confirmam a tendência de retomada do crescimento, após forte retração verificada a partir do 3º trimestre de 2008. O número de cabeças abatidas retornou ao patamar de 7,6 milhões de unidades, alcançado no período anterior à crise financeira internacional.

 

O número de abates de bovinos em Minas Gerais deverá apresentar incremento no próximo ano, período em que haverá maior recomposição do rebanho mineiro e brasileiro.

 

De acordo com o supervisor de pesquisas agropecuárias do IBGE, Humberto Silva Augusto, um dos pontos que contribuíram para a manutenção do número de abates em Minas Gerais foram as vendas de animais em pé para outros estados. "Devido a preços mais competitivos, muitos pecuaristas instalados em Minas ainda comercializam os bovinos vivos para serem abatidos principalmente em São Paulo", observou Silva Augusto.

 

Demanda - O aumento da demanda pela carne bovina acima da oferta brasileira e a retomada dos níveis de exportação estão impulsionando os preços do boi gordo e os níveis de abates no país.

 

O ritmo de negócios no mercado interno de boi gordo segue lento, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepa). Isto devido à baixa disponibilidade de animais nas regiões produtoras. De modo geral, vendedores e principalmente compradores consultados pelo Cepea negociam apenas o suficiente para suprir necessidades (de caixa ou abate) mais urgentes, o que tem feito com que as médias oscilem com mais freqüência.

 

Entre 22 e 29 de setembro, o indicador do boi gordo subiu 0,12%, fechando a R$ 93,96. A dificuldade na compra de animais tem sido verificada em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea. As chuvas dos últimos dias até trouxeram expectativas de recuperação das pastagens, mas não aumentaram o volume ofertado. Muitas regiões continuam sofrendo com a estiagem, o que favorece a queda da oferta de animais prontos para o abate.

 

Ao contrário do segmento de bovinos, a pesquisa do IBGE apontou que o setor de suínos apresentou alta de 9,5% nos abates efetuados entre abril e junho de 2010, frente igual período do ano anterior. No período, Minas Gerais abateu 946,5 mil cabeças de suínos, contra as 863,7 mil cabeças abatidas no segundo trimestre de 2009. O aumento do consumo e a retomada dos preços no mercado interno foram os principais impulsos para o incremento dos abates.

 

Frango - Os abates mineiros de frango que tiveram aumento de 1,8% no segundo trimestre de 2010, somaram 90,519 milhões de animais, contra 88,85 milhões abatidos em igual período do ano anterior. A produção de ovos de galinha se manteve estável no período.

 

O aumento da oferta de carnes no mercado interno promove a redução do consumo e dos preços o que desestimula os produtores a investirem na produção. No segundo trimestre de 2010 foram produzidas 72,9 mil dúzias, contra 72,2 mil dúzias geradas em igual intervalo de 2009.

 

O volume mineiro de leite adquirido no segundo trimestre apresentou aumento de 20% na comparação com igual período do ano anterior. De acordo com o Silva Augusto, o maior investimento dos pecuaristas em melhoramento genético e tecnologia são os principais pontos que contribuíram para a alta. Ao todo foram comercializados 1,365 bilhão de litros.

 


Veículo: Diario do Comércio - MG


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