Carne suína ganha mercado

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Com altos preços dos produtos bovinos, população começa a mudar hábito de consumo.


 
Os aumentos registrados nos preços da carne suína e no nível de consumo estão deixando os produtores mineiros otimistas, o que poderá incentivar a ampliação da produção no Estado. A expectativa é que a produção em Minas Gerais apresente crescimento entre 5% e 6% em 2010, sobre o montante gerado no ano anterior. O índice acompanha a evolução do consumo.

 

Atualmente, o preço do quilo do suíno para o atacado gira em torno de R$ 3,25, sendo os custos de produção próximos a R$ 2,50. Somente no acumulado de setembro foi registrada alta de 4,1% nos preços da carne suína. A valorização do produto se deve ao aumento expressivo registrado nos preços da carne bovina, que hoje está com a oferta restrita.

 

A tendência para o segmento nos próximos meses é de novas altas que serão impulsionadas, principalmente, pela maior demanda no fim do ano e pela falta de previsões para o aumento da oferta de bovinos no mercado a curto prazo, o que contribui para a formação de preços rentáveis para os produtores

 

De acordo com o representante da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Alexandre Cenci, as expectativas da suinocultura em Minas Gerais e no país são otimistas. O aumento da renda da população, principalmente das classes C e D, é um dos principais fatores que estão alavancando o consumo de carnes e derivados de suínos.

 

"O consumo de carne suína é crescente e os preços de comercialização são suficientes para gerar lucro para os produtores. O crescimento na produção mineira deverá ser escalonado, respeitando a evolução do nível de consumo. A iniciativa é fundamental para que os preços do produto continuem rentabilizando os suinocultores", disse Cenci.

 

Perspectivas - Mesmo com o incremento dos preços e a perspectivas de novas valorizações o nível de consumo não deverá sofrer interferências negativas. Isto devido aos suínos ainda apresentarem valores mais competitivos se comparados com os produtos de origem bovina.

 

A alta nos preços também será influenciada pelo encarecimento do milho, soja e sorgo. O milho e a soja são os principais insumos utilizados no setor, respondendo por 70% dos custos da atividade.

 

"Com o aumento dos insumos, a tendência é que ocorram repasses para as indústrias e para os consumidores. Mesmo com isso, os aumentos não deverão reduzir a demanda, uma vez que as carnes de aves, principal concorrente das suínas em relação aos preços, utilizam os mesmos insumos e também estão em um período de valorização", disse Cenci.

 

O incremento registrado na demanda pela carne suína também é atribuído ao Programa Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS). A expectativa é que o consumo per capita de carne suína aumente dois quilos por ano, atualmente está em 13 quilos por ano no país e de 20 quilos ao ano em Minas Gerais.

 

O projeto é considerado importante para incentivar o aumento do consumo. As iniciativas têm como objetivo mostrar para a população os benefícios que a carne suína proporciona para a saúde.

 

Dentre os resultados esperados estão a geração de empregos diretos e indiretos, aumento da renda e desenvolvimento das indústrias instaladas no Estado. O aumento do consumo também irá favorecer a retomada dos investimentos na ampliação da produção mineira.

 


Veículo: Diário do Comércio - MG
 


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