Um novo conceito usado para habilitar frigoríficos a exportar carne de frango avança no mercado mundial, com a liderança do Brasil.
O projeto, chamado de "compartimentalização", é discutido há anos e deve ficar pronto até o final de 2011, disse Ariel Mendes, diretor da Ubabef (associação do setor).
Apesar de não ser reconhecido pela OIE (Organização Mundial de Saúde Animal), o conceito sanitário mais comum é o da regionalização, no qual Estados são autorizados a exportar.
Na "compartimentalização", o conceito geográfico dá lugar ao reconhecimento empresarial. Cada "compartimento" equivale a uma empresa e todas as unidades que fazem parte do processo produtivo, como granjas e fábrica de ração.
Assim, pelo conceito da "compartimentalização", em vez de reconhecer um Estado como apto a exportar, o país importador habilitará determinada unidade de produção de carne de frango.
A vantagem é que, no caso de eventual ocorrência de um surto de influenza aviária em determinado Estado, o "compartimento" habilitado, mesmo que ele esteja na região atingida, poderá manter as suas exportações.
O novo conceito é defendido pela OIE, que pediu ao Brasil para desenvolver um projeto piloto de "compartimentos". As regras gerais foram estabelecidas pela organização internacional, que agora discute com o Ministério da Agricultura e representantes do setor quais critérios serão adotados para classificar os compartimentos.
Na segunda-feira, membros da OIE chegam ao Brasil para reuniões e visitas a três unidades que fazem parte do projeto: a fábrica da Sadia em Lucas do Rio Verde (MT), a unidade da Brasil Foods em Rio Verde (GO) e outra da Seara em Itapiranga (SC).
Segundo Mendes, a "compartimentalização" não anulará o conceito de regionalização, mas será complementar ao modelo atual.
Ele admite um descrédito no novo modelo por parte dos importadores, mas acredita que, à medida que o novo conceito seja implementado, a aceitação aumentará.
Veículo: Folha de S.Paulo