Consumo de carne exótica em expansão na Capital

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Preço varia de R$ 19 a R$ 50 o quilo.

 

O consumo de carnes especiais ou exóticas está em franca expansão em Minas Gerais. Ao menos é o que asseguram empresários voltados para este nicho de mercado na Capital. De acordo com eles, na medida em que crescem o número de cursos de culinária deste segmento, tanto para consumidores finais quanto para estabelecimentos especializados, o consumidor mineiro - conservador por natureza - descobre algumas possibilidades e passa a inserir novos pratos na culinária do dia a dia ou mesmo em datas especiais.

 

Entre as carnes especiais mais vendidas na Capital estão perdizes, pacas, javalis, rãs, cabritos, capivaras, carneiros, coelhos e codornas. O preço do quilo varia de R$ 19 a R$ 50 de acordo com a espécie. Segundo o proprietário da loja Feijoada de Minas, localizada no Mercado Central, na região de mesmo nome, em Belo Horizonte, Rogério Fábio de Melo, desde que começou a comercializar carnes especiais, há oito anos, as vendas cresceram 25%. "No começo a comercialização era muito pequena, pois grande parte das pessoas ainda não conhecia as vantagens e a variedade de sabores existentes", disse.

 

O empresário, que há 17 anos mantém uma loja exclusiva de carnes no Mercado Central, disse que as perspectivas de comercialização de produtos diferenciados são de incremento ao longo dos anos. "Este é um fenômeno que estamos observando desde que entramos neste segmento. Na medida em que o assunto vai ganhando espaço e as pessoas vão experimentando as novidades, alguns tabus são desfeitos e a curiosidade leva à inserção de alguns pratos até mesmo no dia a dia das famílias", disse.

 

Ele ressaltou ainda que o incremento da atividade econômica brasileira, experimentada em 2010 e que deve se consolidar no atual exercício, é outro fator que beneficia o comércio de carnes especiais. "Evidentemente que quando há retração financeira, quando as famílias estão mais inseguras em relação aos gastos, a probabilidade de consumir produtos novos diminui. Com o ânimo e otimismo dos consumidores em alta eles ficam mais predispostos a experimentar novidades", avaliou. Ainda de acordo com ele, na Feijoada de Minas as carnes especiais mais comercializadas são as de carneiro, coelho e codorna.

 

O gerente da loja Rei da Feijoada, outra que trabalha com carnes especiais no Mercado Central, Lízio Dias, disse que começou a ofertar este tipo de produto há 15 anos. Desde então, segundo ele, a procura tem crescido continuamente. " um segmento que está avançando visivelmente, graças à expansão do poder de compra dos consumidores e do maior número de pessoas que recorrem a cursos de culinária para se sentirem mais seguros na cozinha", observou.

 

De acordo com ele, comparando o volume atual de vendas com 15 anos, a procura por estes tipos de carnes aumentou pelo menos 25%. Dias disse que a maior parte dos produtos é obtida através de fornecedores de São Paulo. Além dos fatores econômicos o empresário atribuiu o incremento da comercialização destes itens à maior presença masculina na cozinha. "Os homens são mais ousados, gostam de surpreender e encontram e produtos diferenciados uma alternativa incrível para inovar", avaliou.

 

Procedência - Segundo o proprietário da Empório Royal, localizado no Mercado do Cruzeiro, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, João Maurício, mais um estabelecimento voltado para a comercialização destes itens, o grande desafio do setor é adequar e aproximar o sabor dos pratos ao gosto do consumidor, ainda pouco acostumado. Ele avalia que encontrar estes tipos de carnes com boa procedência e conservação correta exige a atenção do consumidor. "A curiosidade do público geralmente é aguçada por pessoas que viajaram para outras regiões do Brasil onde as carnes especiais são mais consumidas.

 

João Maurício disse que nos últimos cinco anos o consumo na loja aumentou 10%. " um volume expressivo para um estado com perfil conservador e uma cultura para consumo de carnes ainda focado em porco, boi e galinha", disse.

 

Segundo o chef de cozinha Adenilson Fiúza, além de saborosas as carnes especiais costumam ser magras e delicadas. "Elas são mais sutis e mais elegantes, permitindo um uso gastronômico diferenciado. Para as pessoas que têm o paladar mais exigente e apurado, a carne de cordeiro, por exemplo, tem um teor moderado de gordura com maciez e sabor característicos", disse o chef.

 


Veículo: Diário do Comércio - MG


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