Preços estão mais atrativos no setor de suinocultura

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Alta significativa em março.

 

A expectativa dos suinocultores mineiros em relação à recuperação dos preços da carne ao longo de março, após quedas acentuadas durante o primeiro bimestre, foram confirmadas pelo levantamento de mercado do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

 

A redução da oferta devido ao consumo foi o principal fator que favoreceu a reação dos preços nas vendas do suíno vivo quanto da carne. No acumulado de março, o valor do suíno vivo no Estado apresentou alta de 17%, com valor médio de R$ 2,52 por quilo. O preço mínimo praticado foi de R$ 2,24 e o máximo de R$ 2,69.

 

De acordo com a pesquisa do Cepea, entre 28 de fevereiro e 31 de março, a alta mais significativa registrada em Minas foi de 20,5% na região Sul do Estado, com o suíno vivo atingindo a média de R$ 2,83 por quilo.

 

A maior valorização no mercado mineiro foi identificada no município de Patos de Minas, no Alto Paranaíba, onde o reajuste foi de 26,8%, com isso o valor mínimo do quilo do suíno vivo foi de R$ 2,05 e o preço máximo chegou a R$ 2,60.

 

Também foi registrada alta em Ponte Nova, na Zona da Mata mineira, de 18,8%. Nesse município o preço pago pelo quilo do animal vivo variou entre R$ 2,32 e R$ 2,83. Em Belo Horizonte o valor médio de comercialização chegou a R$ 2,60, o que representou alta de 19,3%. O preço mínimo observado na capital foi de R$ 2,31 e o máximo a R$ 2,84.

 

Insumos - Segundo o Cepea, a recuperação dos preços do suíno também aumentou o poder de compra do suinocultor em março, após redução significativa nos meses de janeiro e fevereiro. Somado à desvalorização dos insumos, esse aumento registrado principalmente na segunda quinzena de março aliviou a situação dos produtores que estavam apreensivos diante da alta dos custos e a desvalorização da carne.

 

Em março, o mercado do milho, principal insumo utilizado na produção de suínos, foi caracterizado por movimentos distintos de preços entre as regiões, ou seja, houve alta em algumas localidades e baixa em outras. Essa disparidade dificultou a elaboração de tendência para o médio e longo prazos. Em Minas Gerais houve quedas de preços no somente no final do mês.

 

No encerramento do mês passado, considerando os cinco maiores produtores de milho na safra de verão (Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo), foram registradas quedas somente em São Paulo. Já no acumulado do primeiro trimestre, apenas no Triângulo Mineiro as cotações são menores que a do último dia de 2010, o índice de variação não foi informado pelo Cepea.

 

De acordo com o superintendente de Política e Economia Agrícola da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), João Ricardo Albanez, a redução dos custos com os insumos se deve principalmente ao início da colheita da safra de grãos no Estado, o que aumentou a oferta e evitou novas altas tanto no milho como na soja.

 

"A tendência para os próximos meses é de preços estabilizados para os grãos. Além do período de colheita, os leilões realizados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) contribuíram para abastecer o mercado e evitar novas altas nos valores pagos pelo milho e pelo farelo de soja", disse Albanez.

 

Segundo o Cepea, em relação ao mercado externo, a tragédia no Japão, maior importador mundial de milho, influenciou especulações sobre eventuais aumentos da demanda em médio e longo prazos. O farelo de soja também pode ser impactado por essas ocorrências. No entanto, do Brasil, o Japão adquiriu em 2010 apenas 72,2 mil toneladas de farelo de soja, o que representou 0,53% das vendas brasileiras no ano.

 

Quanto ao farelo de soja, colaboradores do Cepea apontam que o processamento industrial esteve em alta ao longo do mês, principalmente em relação à produção de óleo para atender a produção de biodiesel. Com isso, na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, houve queda de 7,8% do preço do farelo no acumulado de março.

 

Impactos - Enquanto as carnes suínas apresentaram valorização entre 28 de fevereiro e 31 de março as carnes concorrentes, bovina e de frango, recuaram no mesmo período. A carcaça casada bovina desvalorizou 1,1% no mês, indo para R$ 6,38 o quilo. No caso do frango resfriado os preços ficaram em R$ 2,94 o quilo, o que representa queda de 2,1%.

 

A demanda no mercado interno aquecida tem minimizado os impactos com os recuos observados nas exportações. De acordo com Albanez, mesmo com queda nos embarques, as comercializações com o exterior são fundamentais para a diversificação de mercados e para o controle da oferta interna.

 

De acordo com os dados da Seapa, ao longo do primeiro trimestre em Minas Gerais, foi registrado recuo de 66,71% na receita gerada com as exportações e de 69,21% no volume embarcado. O preço da tonelada do produto girou em torno de US$ 2,4 mil, alta de 8,14%. O volume embarcado no primeiro trimestre alcançou 3,14 mil toneladas, com faturamento de US$ 7,7 mil.

 

Veículo: Diário do Comércio - MG


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