País libera compra de carne suína brasileira

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Apenas 3 unidades foram habilitadas para os embarques, mas decisão anima produtores, que[br]apresentaram lista de 26

Após cinco anos de negociações, o Brasil obteve ontem a abertura do mercado chinês para exportação de carne suína, mas apenas três unidades foram habilitadas para os embarques, número bem inferior às cerca de dez esperadas pelo setor. "Tem um gostinho de queria mais, mas o importante é começar", disse Pedro de Camargo Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs).

 

O setor apresentou no ano passado uma lista de 26 estabelecimentos para serem inspecionados e credenciados pelo governo chinês. Desses, 13 foram visitados por técnicos do país em novembro e faltava a habilitação para o início das exportações. A expectativa da Abipecs era a de que fosse credenciado um número inferior a 13, mas superior a 3.

 

Antes de ser informado da decisão sobre o número de estabelecimentos, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, disse que o importante era a autorização dos embarques, que teria um forte "valor simbólico". Segundo ele, o próximo passo será a abertura dos mercados da Coreia do Sul e do Japão.

 

Segundo a Abipecs, os produtores brasileiros poderão responder em três anos por metade das importações de carne suína da China, o equivalente a US$ 500 milhões ou 200 mil toneladas a preços e quantidades atuais.

 

A China é o maior consumidor de carne suína, responsável por metade da demanda global. Mas quase todo o consumo de 50 milhões de toneladas é suprido pela produção interna.

 

Ainda assim, o país deverá importar 480 mil toneladas em 2011, segundo previsão do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, que prevê alta de 15% em relação ao ano passado, quando as compras chinesas ficaram um pouco acima de 400 mil toneladas. No mesmo período, o Brasil exportou 809 mil toneladas de carne suína.

 

Se a estimativa da Abipecs de conseguir metade do mercado chinês se confirmar, isso representaria 25% das vendas realizadas a outros países em 2010.

 

O setor de agronegócios anunciou mais dois acordos depois da chegada da presidente a Pequim, na manhã de ontem. A estatal chinesa Chongqing Grain Group confirmou investimento de US$ 300 milhões para construção de uma fábrica de esmagamento de soja, de um porto seco e de silos para armazenar os grãos na Bahia. O acordo foi assinado com o governador do Estado, Jaques Wagner, que acompanha Dilma.

 

Já a brasileira Marfrig Alimentos disse que investirá US$ 309 milhões na criação de duas joint ventures na China entre empresas locais e sua subsidiária Keystone Foods China.

 


Veículo: O Estado de S. Paulo


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