Receita da exportação do frango fica 28,3% maior

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Apesar do resultado positivo, setor alerta que os custos de produção no País estão elevados, chegando a US$ 2,70 o quilo, contra US$ 0,70 nos Estados Unidos - São Paulo

 

A União Brasileira de Avicultura (Ubabef) informou ontem que a exportação de carne de frango no primeiro trimestre de 2011 alcançou 933 mil toneladas, representando aumento de 10,1% em comparação com as 848 mil t no mesmo período de 2010. Em receita, houve aumento de 28,3%, passando de US$ 1,455 bilhão nos primeiros três meses de 2010, para US$ 1,866 bilhão este ano, impulsionado pelo aumento do preço médio do produto em 16,6%, com a tonelada comercializada a US$ 2.001.

 

 

Segundo o presidente executivo da entidade, Francisco Turra, em entrevista coletiva, o bom desempenho no período foi devido aos dois primeiros meses principalmente, já que março pesou negativamente no resultado do trimestre. No mês passado, foram vendidas 341,301 mil t, aumento de apenas 3,1% antes as 331 mil toneladas de março de 2010. Já em receita, a exportação de março cresceu 21,4%, passando de US$ 569,735 milhões, para US$ 691,427 milhões.

 

 

Turra ressaltou que as empresas estão alertando que a produção de carne de frango pode apresentar redução, ainda sem prazo definido, caso o câmbio se mantenha no nível atual, ou até caia mais. Além disso, os altos preços do milho também elevam os custos, tornando inviável a produção. "Ontem tivemos uma reunião com associadas, de diversos portes, as quais já anunciaram que podem fazer isso [cortar a produção] em breve. Disseram que, em princípio, haverá uma redução de turno e, para nós, isso se resume em perda de emprego", disse o executivo.

 

Apesar disso, a Ubabef mantém a projeção de crescimento de 3% a 5% no volume embarcado para 2011, "embora tudo dependa de como ficará a questão do câmbio e do milho".

 

 

Segundo dados divulgados pela entidade, com base em informações do Banco Central, o dólar médio no trimestre teve queda de 7,5% ante o real. Em 2010, a queda foi de 5%, enquanto em 2009 o enfraquecimento do dólar foi de 24%. Já o preço do milho, com base em dados da JOX Consultoria, teve um aumento de 70,8% no primeiro trimestre ante o mesmo período do ano passado. O milho representa entre 65% a 70% do custo de produção da ração para frangos.

 

 

Nesse contexto, o frango brasileiro está perdendo competitividade no exterior. Segundo Turra, o custo de produção do frango nos EUA é, em média, de US$ 0,70 o quilo. No Brasil estaria em cerca de US$ 2,70, considerando o dólar de hoje. "Já conversamos com o governo, enviamos correspondência. O exportador também faz movimento nesse sentido para que haja alguma ação do governo no câmbio. Acreditamos que os fundamentos que deixam o câmbio nesse nível deveriam ser revistos. Além disso, precisamos que o governo nos desonere e saia também as restituições de PIS-Cofins", informou.

 

 

Especificamente sobre o milho, o presidente da Ubabef comentou que a situação não era para estar como se encontra. De acordo com ele, "diferentemente de outros países, nós temos o insumo (milho). Estamos em plena safrinha de milho só que por ela ter sido plantada mais tarde pode trazer sérios riscos para o setor".

 

A Ubabef informou, ainda, números consolidados sobre a exportação de aves (incluindo perus, patos, gansos, entre outros), ovos e material genético. A exportação totalizou no primeiro trimestre US$ 1,988 bilhão, representando aumento de 23,61% na comparação com US$ 1,608 bilhão de 2010. Em volume, os embarques totalizaram 973,06 mil t, aumento de 7,73%, considerando exportação de 903,28 mil t em 2010. Assim, 94% da receita é com carne de frango, 4% com perus, 1% com material genético, 1% com ovos e 0,1% com patos, gansos, entre outros.

 

Veículo: DCI


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