Cotação do suíno vivo tem alta de 2,6% em Minas

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Em abril, os preços do suíno vivo em Minas Gerais subiram 2,6%. O resultado foi contrário ao registrado nas demais regiões produtoras de suínos do país. De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), dos cinco estados pesquisados, em quatro houve queda significativa nas cotações. O maior recuo foi observado em São Paulo, que fechou o mês passado com retração de 5,2%.

 

Em Minas Gerais, a alta se deve principalmente à recuperação das exportações em abril, o que contribuiu para a redução da oferta do produto no mercado interno. O preço médio do animal vivo ficou em R$ 2,74 por quilo. O preço mínimo foi de R$ 2,69 e o máximo chegou a R$ 2,81.

 

Segundo os dados do Boletim do Suíno, elaborado pelos pesquisadores do Cepea, em Minas Gerais foram avaliados os preços dos suínos em quatro regiões produtoras. Na região de Patos de Minas, no Alto Paranaíba, foi identificada a maior alta no valor do quilo do animal, com variação de 2,8% em abril, preço mínimo de R$ 2,57 e máximo de R$ 2,85.

 

Em seguida veio Ponte Nova, na Zona da Mata, com alta de 2,1% e preço médio de R$ 2,81. Na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) e no Sul do Estado foram registrados recuos nos valores de 0,4% e de 2,2%, respectivamente. O preço máximo vigente na capital mineira foi de R$ 2,84 e o mínimo de R$ 2,81. Já no Sul do Estado os preços variaram entre R$ 2,69 e R$ 2,82.

 

De acordo com os dados da balança comercial do agronegócio mineiro, divulgado pela Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), os embarques de carnes suínas cresceram 193,99% em abril se comparado ao volume negociado em março. Ao todo foram exportadas 2.186 toneladas, contra 743 toneladas enviadas em março.

 

O valor da tonelada também teve variação positiva, com alta de 2,99% frente os preços praticados em março. A tonelada do produto mineiro foi comercializada no exterior a US$ 2.143. Mesmo com a evolução dos embarques em abril, o segmento acumula queda nas negociações do primeiro quadrimestre.

 

De acordo com o levantamento da Seapa, na comparação de janeiro a abril com igual período de 2010, o recuo nos embarques de carnes suínas chegou a 56,2%. Ao todo foram destinadas às exportações 5.330 toneladas, contra 12.169 toneladas registradas no ano anterior. O faturamento também foi menor que o obtido no primeiro quadrimestre de 2010, com queda de 55,47% e valor acumulado de US$ 12.456.

 

A expectativa era que os embarques nacionais em abril revertessem a queda nos preços do quilo do suíno no mercado interno. De acordo com o boletim do Cepea, nem o aumento das exportações em abril ou a notícia da abertura, pela primeira vez, do mercado suinícola da China para a carne brasileira foram suficientes para impedir a queda na maioria dos estados pesquisados. A redução dos preços se deve ao recuo dos compradores atacadistas da carne nas negociações.

 

Mercado chinês - De acordo com os pesquisadores do Cepea, a abertura do mercado da China para a carne suína brasileira deixou parte dos produtores do setor cautelosos, aguardando detalhes do acordo comercial, enquanto outros ficaram entusiasmados. Para o Cepea, caso as expectativas de aumento das exportações e do consumo interno da carne suína a médio e longo prazos se confirmarem, a maior demanda pode valorizar o produto no mercado brasileiro. Esse movimento não foi verificado nas negociações de abril.

 

O cenário para o produtor mineiro é positivo, além de registrarem aumento nos valores pagos pelo quilo do animal. Em abril houve aumento no poder de compra frente aos principais insumos utilizados na alimentação do animal (milho e farelo de soja). O aumento do poder de compra se deve à desvalorização do milho e farelo de soja em abril, provocada pelo período de colheita dos grãos.

 

A média de preços da carne suína, em abril, se recuperou frente às médias das principais carnes concorrentes (bovina e frango), ao comparar os preços relativos das carnes com os do mês anterior. Porém, se comparado com abril de 2010, a carne suína ainda tem espaço para crescer.

 

No mês passado, a média de preços da carne suína ficou 36,9% inferior à da bovina. Em março a média estava em 40,1%, o que mostra uma recuperação da suína frente à carne de boi. A recuperação foi ainda mais intensa em relação à carne de frango, já que, na média de março, a suína estava 27,6% mais cara que a de frango, ao passo que, em abril, a média de preço estava 43% maior.

 

Em abril/2010, a carne suína estava apenas 24,8% mais barata que a bovina. Já frente à carne de frango, a suína estava ainda mais cara, 63,6%.

 

Veículo: Diário do Comércio - MG


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