Cadeia da suinocultura será otimizada

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Programa nacional de reestruturação do setor começará a ser implantado no Centro-Oeste de Minas.

 

A região Centro-Oeste de Minas Gerais será a próxima a receber investimentos para a implantação do Programa Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS), que tem como meta ampliar o consumo da carne suína no país e gerar maior rentabilidade para o setor.

 

De acordo com os dados da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), os recursos iniciais que serão destinados ao Centro-Oeste são de R$ 523 mil. As medidas a serem implantadas nos municípios integrantes do projeto irão reestruturar desde a produção até a forma como a carne é comercializada.

 

De acordo com o presidente da Asemg, João Bosco Martins de Abreu, o projeto possui três frentes principais. No caso dos produtores, as ações têm como objetivo aumentar a produtividade através do melhoramento do manejo e da segurança alimentar, o que será essencial para ampliar a renda dos produtores. Os municípios envolvidos no projeto são Pará de Minas, Itaúna, Divinópolis, Nova Serrana, Bom Despacho e Formiga.

 

As ações nas indústrias visam diversificar os cortes de suínos e a produção de itens pré-prontos. No caso do comércio, a proposta é melhorar a disposição dos cortes nas prateleiras e também oferecem porções que atendam à demanda variada dos consumidores.

 

O estímulo à diversificação de corte é essencial para ampliar o consumo. Segundo Martins de Abreu, há cinco anos existiam nos supermercados cerca de quatro tipos tradicionais de cortes. Hoje nas redes de supermercados que investiram na diversificação é possível encontrar cerca de 80 tipos diferentes, o que atende à demanda de um número maior de consumidores. A meta de aumento de venda de carne suína até dezembro de 2012 está estipulada em 12%, até 2013 em 18% e 22% até dezembro de 2014.

 

"O próximo passo será a realização de várias pesquisas que vão identificar quais são as demandas dos consumidores da região, os principais entraves na produção de campo e como a indústria e o comercio podem contribuir para atrair o consumidor e estimular as vendas", disse Martins de Abreu.

 

Além da reestruturação na cadeia produtiva, também estão previstos estudos de viabilidade técnica e econômica para uma possível instalação de um abatedouro em Pará de Minas. O objetivo é estimular o processamento da carne suína na região, o que não acontece hoje. Segundo Martins de Abreu, grande parte das comercializações no Centro-Oeste são de suínos vivos. Com a instalação de abatedouro, será possível agregar valor e aumentar a renda dos suinocultores.

 

Capacitação - Outra proposta do PNDS é implantar o Programa Total Rural, que tem o objetivo de transformar o produtor rural em um empresário rural. De acordo com o presidente da Asemg, o projeto consiste na capacitação dos produtores em relação às tecnologias de ponta, o melhor aproveitamento dos recursos na produção para ampliar a produtividade e reduzir os custos e também na melhor gestão das propriedades.

 

Na região Centro-Oeste do Estado estão localizadas cerca de 130 granjas. No Estado são 1.100 unidades, responsáveis pela produção anual de 380.000 toneladas de carne suína. As expectativas em relação ao mercado são positivas. De acordo com Martins de Abreu, a tendência para os próximos meses, devido ao clima frio, é de aumento da demanda e, conseqüentemente, dos preços.

 

Em abril, os preços do suíno vivo em Minas Gerais subiram 2,6%. De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), no Estado a alta aconteceu devido principalmente à recuperação das exportações em abril, o que contribuiu para a redução da oferta do produto no mercado interno. O preço médio do animal vivo ficou em R$ 2,74 por quilo. O preço mínimo foi de R$ 2,69 e o máximo chegou a R$ 2,81.

 

Segundo os dados do Boletim do Suíno, elaborado pelos pesquisadores do Cepea, em Minas Gerais foram avaliados os preços dos suínos em quatro regiões produtoras. Na região de Patos de Minas, no Alto Paranaíba, foi identificada a maior alta no valor do quilo do animal, com variação de 2,8% em abril, preço mínimo de R$ 2,57 e máximo de R$ 2,85.

 

Em seguida veio Ponte Nova, na Zona da Mata, com alta de 2,1% e preço médio de R$ 2,81. Na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) e no Sul do Estado foram registrados recuos nos valores de 0,4% e de 2,2%, respectivamente. O preço máximo vigente na capital mineira foi de R$ 2,84 e o mínimo, de R$ 2,81. Já no Sul do Estado os preços variaram entre R$ 2,69 e R$ 2,82.

 


Veículo: Diário do Comércio - MG


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