Missão brasileira vai à Coreia para abrir mercado de suínos

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Depois de conquistar a China, setor prepara ofensiva para exportar para as coreanos do Sul e para ampliar os embarques desse tipo de carne para os russos

 

Depois da abertura do mercado chinês às exportações de carne suína do Brasil, o setor já prepara uma ofensiva na Coreia do Sul e na Rússia. O intuito é estreitar relações com os russos no tocante a carne industrializada -dado que depois da última missão russa no País os resultados obtidos foram desastrosos- e agilizar a abertura do mercado sul-coreano, que já está bem encaminhada.

 

No último sábado (14), uma missão do governo federal, liderada pelo vice-presidente Michel Temer, que contará com a participação dos secretários do Ministério da Agricultura, Francisco Jardim (Defesa Agropecuária), Célio Porto (Relações Internacionais do Agronegócio), e do presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, embarcou para Moscou a fim de esclarecer algumas questões a respeito do relatório enviado recentemente pelos russos ao Brasil.

 

Segundo Camargo Netto, o Serviço Federal de Fiscalização Veterinária e Fitossanitária da Rússia enviou recentemente ao Ministério um resumo do conteúdo do relatório da missão veterinária de abril cujo impacto foi bastante negativo. Anteriormente, em comunicado do dia 19 de abril, o serviço federal russo já havia feito severas críticas ao sistema nacional de inspeção da qualidade da carne, que não foram bem recebidas pelas autoridades brasileiras. "Há quinze dias a Rússia soltou uma medida em relação à visita no Brasil, com um posicionamento negativo quanto às importações de carne suína industrializada; não aprovou nada que viu aqui. Então existe uma expectativa de que isso seja revertido com nossa ida para lá. A minha experiência em relação à Rússia diz que eles não farão isso enquanto estivermos por lá. Não acredito que voltaremos com uma solução embaixo do braço. Quando eles anunciam alguma coisa, eles falam antes ou depois, nunca durante", comentou.

 

O presidente comentou que o relatório recebido gerou grande polêmica no Brasil, pelo grande volume de reclamações a respeito do relacionamento entre os países nesta negociação. "O parecer russo foi polêmico, um relatório onde a grande crítica era o relacionamento, a falta de respostas, ou o atraso de envio das mesmas. É claro que chegaram também algumas questões técnicas. Mas eu diria que ali tem um problema político que vamos tentar resolver com essa visita. Pretendemos melhorar o relacionamento, e responder a uma série de questões levantadas, até para aproveitar a missão do Temer, que garante uma hierarquia nessas questões - isso será bom, e vamos avançar", afirmou Netto.

 

A Rússia é o principal mercado para carne suína brasileira, com participação de 43,30% das exportações em 2010, com embarque de 233,984 mil toneladas. As importações da Rússia foram 87,4% de cortes congelados, 8,9% de carcaças e meias carcaças.

 

Coréia

 

O quarto maior mercado comprador de carne suína no mundo, segundo Pedro Camargo, a Coreia do Sul, é o foco das atenções brasileiras neste momento. Na sequência da missão a Moscou, o presidente da Abipecs acompanhará o secretário de Relações Internacionais do Agronegócio, Célio Porto, a Seul, em uma visita à Coreia do Sul. Os executivos se reunirão com a autoridade sanitária daquele país nesta sexta para tentar agilizar a abertura deste mercado. "Os coreanos também vieram em abril do ano passado, e até o momento aguardamos um retorno deles. A nossa ida é para tentar agilizar o processo; enquanto não vendermos para eles temos de tentar agilizar esse trâmite burocrático. A abertura desse mercado representaria importante alteração estrutural para a suinocultura do Brasil", argumentou Netto.

 

O processo de abertura do mercado à carne suína brasileira está em fase adiantada. Em abril do ano passado, uma missão veterinária da Coreia do Sul visitou o Estado de Santa Catarina e, conforme a Abipecs, faltam alguns passos para a finalização do processo. "Eles gostaram bastante do que viram por aqui, apresentaram um relatório favorável. Mas aí eles tiveram um foco de febre aftosa por lá, e acabaram se voltando a esse problema, prioritariamente. Estou confiante em que voltaremos com algo de lá."

 

Assim como a Rússia, a Coreia do Sul é um país comprador relevante de carne suína: ano passado o país foi o quarto maior importador mundial, com compras de 382 mil toneladas. O principal fornecedor da Coreia do Sul são os EUA, com 26,05%, seguidos por Canadá, com 18,92% do total, Chile, 15,02%, e Espanha, 6,41%. A Coreia importa 95% de cortes de carne suína congelados.

 

Veículo: DCI


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