O mercado paulista de boi confirmou as expectativas e iniciou a semana com pressão "baixista" de preços no mercado físico e queda também no mercado futuro.
De acordo com levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Cepea/Esalq), no mercado físico a arroba para pagamento à vista caiu 0,88% na média estadual ponderada em relação à sexta-feira, para R$ 88,50. Com o recuo, a baixa acumulada no mês de outubro chegou a 1,23%.
No mercado físico paulista com pagamento a prazo, a baixa foi de 0,71% na média ponderada, para R$ 91,23. Neste caso, a desvalorização mensal acumulada atingiu 0,93%, o que também comprova que a pressão ganhou força desde a semana passada.
Já o indicador Esalq/BM&FBovespa, importante referência para o mercado financeiro, apresentou retração de 0,73% ontem, para R$ 89,92, e agora acumula queda de 0,98% em outubro.
Segundo Élio Micheloni Jr., analista da Terra Futuros Corretora, são oscilações que confirmam que o cenário econômico internacional já afeta esse mercado. Com pressão geral dos importadores para renegociar preços, os frigoríficos brasileiros tentam compensar eventuais perdas segurando as ofertas aos pecuaristas. É fase final de entressafra e a oferta está reduzida, e é preciso lembrar que a própria diminuição estrutural dos rebanhos, provocada por preços baixos do passado, ainda colabora para limitar os negócios.
Além da antecipação das férias coletivas em alguns frigoríficos, em parte necessária pelo questão estrutural, Micheloni diz que já são freqüentes as notícias de cargas paradas em portos brasileiros à espera para embarcar. Também há carregamentos brasileiros estacionados em portos europeus, neste caso à espera do posicionamento de compradores da Rússia - onde a crise de crédito paralisou importadores. "Para as cargas que não estão pagas, a cautela é grande", afirmou.
Veículo: Valor Econômico