Medidas do governo dão novo alento ao suinocultor

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As novas ações divulgadas pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) para reduzir a crise da suinocultura no país agradou o setor em Minas Gerais. O prolongamento das dívidas, o aumento do crédito para a retenção de matrizes e o estabelecimento dos preços mínimos para o quilo do suíno vivo foram as principais medidas anunciadas.

Segundo o vice-presidente da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), José Arnaldo Cardoso Pena, com o anúncio das novas medidas todas as reivindicações feitas pelo setor ao governo federal foram atendidas.

"Com o auxílio governamental acreditamos que a suinocultura do país irá ganhar novo fôlego. A postergação das dívidas e o aumento do crédito para a retenção de matrizes serão essenciais para a retomada da atividade, que hoje passa por uma grave crise devido aos preços baixos pagos pelo animal vivo e os custos de produção em alta", disse.

De acordo com os dados divulgados pelo Mapa, as novas medidas anunciadas deverão ser suficientes para minimizar a crise da suinocultura do país. Entre as ações estabelecidas pelo ministério estão: a prorrogação das operações de crédito rural de custeio e investimento; a definição do preço mínimo para o suíno vivo em R$ 2,30 por quilo, nas regiões Sul e Sudeste, e a criação de uma Linha Especial de Crédito (LEC) para a aquisição de leitões com taxa de 5,5% ao ano, com valor inicial de R$ 200 milhões.

Além disso, também foi autorizada a ampliação do limite da linha de crédito para retenção de matrizes de R$ 1,2 milhão por produtor para R$ 2 milhões, até 30 de dezembro deste ano.

"Esperamos que as interferências sejam suficientes para alavancar o setor. Uma das principais ações, anunciadas anteriormente, que são os leilões de milho, também será fundamental para o controle dos custos e a retomada da lucratividade", disse Pena.


Recuperação - Segundo os dados da Asemg, no final de julho os preços pagos pelo quilo do suíno vivo em Minas Gerais começaram a mostrar recuperação e se igualaram com os custos de produção. No encerramento do mês, o preço praticado em Minas Gerais foi de R$ 3 por quilo de suíno vivo, valor que empatou com os custos de produção. Ao longo dos primeiros dias de agosto, a carne acumulou alta de 13,3% e atingiu os R$ 3,4 por quilo. Com a alta, os suinocultores voltaram a trabalhar acima dos custos.

A retomada dos preços se deve ao aumento da demanda, uma vez que os estoques das indústrias estão baixos. Além disso, com o aumento dos custos de produção e os preços baixos pagos pelo suíno desestimularam os produtores que reduziram o número de animais nas granjas, o que limitou a oferta.

"Para evitar o acúmulo de prejuízos, muitos suinocultores preferiram descartar animais mais leves ao longo dos últimos meses, isto impacta na oferta em um momento em que os estoques industriais estão baixos. Acreditamos que os preços devem ser mantidos, o que será fundamental para os suinocultores pagarem parte das dívidas e continuar na atividade", disse.

Outro fator que poderá contribuir para o controle da oferta no mercado interno, ao longo dos próximos anos, é a oportunidade de exportar a carne suína mineira para a Rússia. De acordo com Cardoso Pena, na última semana, representantes do consulado russo no Brasil visitaram a entidade e demonstraram interesse pela produção.

"A visita do cônsul e a manifestação do interesse em relação à carne suína produzida em Minas foram muito positivas e poderão favorecer os produtores mineiros. Com o apoio dele poderemos abrir novas oportunidades no mercado internacional, contribuindo para o controle da oferta, a ampliação dos valores e também os investimentos em melhoria da qualidade, uma vez que as exigências do mercado internacional são mais rigorosas", disse.


Encontro - Com a crise grave enfrentada pelo setor, a Asemg decidiu promover, mensalmente, um encontro com os produtores associados. De acordo com Cardoso Pena, a intenção é promover a atualização dos envolvidos na atividade e divulgar informações de mercado e tendências do comércio mundial.

O primeiro encontro será no dia 9, na sede da Asemg, em Belo Horizonte, e terá como palestrante o engenheiro agrônomo e presidente executivo do Grupo Agroceres, Fernando Pereira, que abordará o tema: "Cenários de mercado para suínos e grãos".

"Queremos aproximar a associação dos produtores e contribuir para que as informações sobre o segmento sejam mais divulgadas. Facilitar o acesso às informações é fundamental para que o suinocultor saiba as perspectivas de mercado e planeje as ações para a granja", disse.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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