Apesar de embargos, indústria de carne bovina prevê expansão em 2013

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Abiec estima recorde de R$ 5,8 bi no faturamento de 2012 e avanço no próximo ano



As exportações brasileiras de carne bovina são previstas para fechar o ano com recorde em faturamento e o setor espera manutenção do crescimento em 2013, apesar das restrições de alguns importadores após a descoberta do caso atípico de vaca louca no país, informou ontem a associação que reúne a indústria do setor.

“Os mercados mais relevantes para a carne bovina continuam abertos e o fluxo de exportação tende a continuar positivamente. Uma recuperação econômica das grandes economias pode ajudar o crescimento da demanda”, disse a Associação Brasileira dos Exportadores de Carne (Abiec) em comunicado.

Desde que o Brasil confirmou a descoberta da proteína príon, causadora da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), em animal morto em 2010, no Paraná, seis países já impuseram restrições totais ou parciais à carne bovina do Brasil.

“As vendas continuarão aumentando com a demanda dos principais mercados... É uma tendência que começou em 2012 e continuará”, disse Fernando Sampaio, diretor executivo da Abiec.

Segundo a entidade, o impacto comercial dessas restrições é pouco relevante, uma vez que estes mercados juntos representaram 4,42 das exportações totais do país até novembro.

O executivo reforçou que a prioridade da indústria é reverter os embargos impostos à carne bovina, especialmente, pela China e Arábia Saudita.

“Entre estes países (que embargaram), a Arábia Saudita é o mais importante”, disse Sampaio, ressaltando que o adido agrícola do Brasil em Genebra deve seguir para o país do Oriente Médio a fim de esclarecer a questão sobre o caso atípico da doença.

No caso da China, embora o país ainda tenha baixa participação na pauta de exportações, de pouco mais de 1% sobre o volume faturado pelo Brasil, o país é considerado de grande importância para o setor por seu potencial de consumo no futuro. África do Sul e Japão também suspenderam a compra da carne brasileira.

Recorde
A Abiec estima que o setor encerrará o ano com faturamento recorde de US$ 5,8 bilhões, ante os R$ 5,37 bilhões obtidos com as vendas externas em 2011.

A estimativa é de embarques de 1,26 milhão de toneladas em 2012, incremento de 14,5% sobre 2011, em movimento que marca a reversão após três anos seguidos de queda.

“O resultado poderia ter sido ainda melhor, mas a conjuntura macroeconômica de recessão provocou uma ligeira diminuição no preço médio da carne exportada”, apontou a Abiec.

Segundo a Abiec, considerando os dados compilados até o momento, o Brasil deverá retomar o posto de maior exportador mundial de carne bovina em 2012.

No ano passado, os Estados Unidos ultrapassaram o Brasil em volume exportado, por conta de questões de câmbio e um excesso de matéria-prima ocasionado pela seca, que levou ao abate de animais nos Estados produtores norte- americanos.

Doença
Ontem, Técnicos brasileiros disseram acredita ter afastado a suspeita de que houve um caso de doença da vaca louca no país.

Eles participaram em Genebra, Suíça, de reunião na sede da Organização Mundial do Comércio (OMC). Os técnicos prestaram informações detalhadas à diplomatas de 25 países. O secretário de Defesa Agropecuária, Ênio Marques, disse que os representantes dos Estados Unidos, da Rússia, China, Indonésia, Austrália, do Japão e da Coreia do Sul sinalizaram positivamente às declarações do Brasil.

Para evitar que a restrição às importações de carne se estenda a outros parceiros comerciais, como a União Europeia, além dos esclarecimentos na OMC, técnicos agrícolas e diplomatas têm mantido contato com representantes das principais organizações envolvidas com saúde animal e órgãos reguladores dos países importadores.

 
Veículo: Brasil Econômico


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