Sistema tributário deve impedir queda esperada para as carnes

Leia em 1min 30s

A redução de 9,25% no preço das carnes esperada pelo governo com a desoneração não deve ser totalmente atingida, porque esse produto tem um sistema tributário diferente de outros itens da cesta básica.

Na sexta-feira, a presidente Dilma Rousseff disse que a isenção de tributos sobre a cesta básica possibilitaria uma queda de 9,25% no preço das carnes.

A queda ficará, entretanto, perto de 6%, segundo a Abras (Associação Brasileira dos Supermercados).

Isso ocorre porque, em 2010, o governo zerou a cobrança de PIS e Cofins nos frigoríficos, que tinham problemas para recuperar créditos tributários porque parte significativa de sua produção é destinada à exportação, isenta desses tributos.

Para concentrar a cobrança nas carnes destinadas ao mercado interno, o governo transferiu para o varejo o recolhimento de PIS e Cofins.

Os supermercados, que até então pagavam os tributos só sobre a margem de lucro, foram autorizados a se apropriar de parte de um crédito de 3,7% que pertencia aos frigoríficos -conquistado na aquisição de insumos.

Mesmo assim, ficaram responsáveis pelo recolhimento de cerca de 6% (9,25% com o desconto de 3,7% do crédito).

Em 2011, o mesmo modelo foi adotado para as indústrias de aves e suínos.

"Como o recolhimento, na prática, não é de 9,25%, o impacto da desoneração será menor do que em outros produtos", diz Flávio Tayra, gerente de economia da Abras.

Além das carnes bovina, suína e de frango, óleo de soja e café têm sistemáticas semelhantes e podem não ter o repasse integral.

Já em outros itens, como sabonete e açúcar, os preços devem cair mais -além de PIS e Cofins, pagavam 5% de Imposto sobre Produtos Industrializados.

Considerando essas diferenças e o peso dos produtos no IPCA, Tayra estima que a desoneração da cesta básica terá um impacto de 0,47 ponto percentual no índice oficial de inflação.



Veículo: Folha de S.Paulo




Veja também

Embarques de carnes seguem em expansão

A balança comercial do agronegócio brasileiro apresentou um superávit de US$ 5,01 bilhões em...

Veja mais
Preço da carne ainda não diminuiu no RS

Prometidos para ontem, novos valores devem passar a ser praticados somente hoje, segundo a AgasO consumidor que foi ao s...

Veja mais
Redução no preço da carne já pode ser vista

A carne será um dos primeiros produtos em que o consumidor paraense sentirá o reflexo da desoneraç&...

Veja mais
Carne deve ficar de 5% a 8% mais barata a partir de hoje

O consumidor que for aos supermercados gaúchos hoje encontrará o primeiro sinal da desoneraçã...

Veja mais
Sepror garante pescado ao consumidor

Abundância de pescado em Manaus está garantida com a produção do Tambaqui de cativeiro, do Pi...

Veja mais
Setor pesqueiro de Itajaí prevê safra menor neste ano

Após um 2012 com captura de 47 mil quilos de sardinhas na cidade, GEP prevê redução de 7%Depo...

Veja mais
Governo de Minas Gerais reduz ICMS para o gado

Medida visa facilitar a comercialização do rebanho atingido pela seca naquela região.O governo de M...

Veja mais
Preço da carne pode cair até 12% após desoneração

SÃO PAULO - O presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), Péricl...

Veja mais
Frigorífico uruguaio vai abater mil cavalos por dia em Minas Gerais

O frigorífico Prosperidad S.A., do Uruguai, anunciou que no máximo até junho vai reabrir sua unidad...

Veja mais