Preços registram queda de 15% em Minas em abril

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Aumento do abate e redução dos custos de produção provocam o recuo.

O aumento do abate de suínos e a redução dos custos de produção têm promovido quedas na cotação do animal vivo. De acordo com dados da consultoria Safras & Mercado, na primeira quinzena de abril os preços praticados em Minas Gerais recuaram cerca de 15%. A tendência é de novas retrações ao longo das próximas semanas.

Segundo a analista da Safras & Mercado Andreia Mariani, o recuo nos preços já era esperado e foi promovido, principalmente, pela queda observada nos custos de produção. A tendência é de continuidade desse movimento, sobretudo para o principal insumo, que é o milho, devido à produção da safra verão. Com o menor custo de produção, os preços para o consumidor devem se acomodar. Em Minas Gerais, o gasto para produção de um quilo de suíno vivo gira em torno de R$ 2,90.

"Com a expectativa de uma safra recorde de grãos, os principais insumos da atividade, farelo de soja e milho, tiveram os preços reduzidos desde meados de março, o que vem contribuindo para que os preços pagos pelo suíno vivo sofram retrações", afirmou.

Além dos custos menores, o aumento do abate também tem contribuído para elevar a oferta no mercado final e para que os preços sejam reduzidos.

De acordo com o levantamento da Safras & Mercado, no país, ao longo do primeiro bimestre de 2013, o número de animais abatidos apresentou incremento de 8,8% quando comparado com igual período do ano passado.

"O que percebemos é que a disponibilidade interna de carne suína apresentou crescimento de 8,3% no primeiro bimestre em relação à igual período de 2012. As informações de abate de março ainda não foram levantadas, porém, os dados preliminares apontam para continuidade do quadro atual, que é de produção crescenteáa cada mês", disse Mariani.

Nas duas primeiras semanas de abril, os preços praticados em Minas Gerais mantiveram o ritmo de baixa observado em março. De acordo com a analista das Safras & Mercado, assim como em Minas Gerais, a queda nos preços foi registrada nas demais regiões produtoras do país.

Em Minas Gerais, o quilo do suíno vivo foi cotado, no dia 15 de abril, a R$ 3,25, valor que ficou cerca de 15% inferior aos R$ 3,65 registrado no dia primeiro de abril. Em relação aos valores praticados em março, a queda também foi de 15%. Na comparação com abril do ano passado, quando o quilo do suíno vivo era negociado a R$ 2,52, houve uma elevação de 28,9%.

No primeiro trimestre de 2013, as exportações de carne suína efetuadas por Minas Gerais apresentaram resultados positivos. De acordo com dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), foram exportadas no primeiro trimestre de 2013 cerca de 10,5 mil toneladas, o que representou um incremento de 15,14%. O faturamento, US$ 30,2 milhões, ficou 20,3% superior ao registrado em igual intervalo de 2012.

O receio em relação a abril é que os embarques recuem. Isto pelo embargo da Ucrânia anunciado no ultimo dia 21 de março, o que poderá ampliar ainda mais a oferta no mercado interno e provocar quedas mais substanciais nos preços.

 

Exportação movimenta US$ 234 mi

As exportações mineiras de carnes no primeiro trimestre de 2013 somaram US$ 234,8 milhões, aumento de 20,2% em relação à receita obtida no período correspondente do ano passado, informa a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). Segundo a assessora técnica Márcia Aparecida de Paiva Silva, as vendas externas de carne bovina responderam pelo maior montante do grupo, referente a US$ 97,2 milhões, variação positiva de 37% na comparação com o primeiro trimestre de 2013.

Os principais destinos das exportações de carne bovina (Rússia, Hong Kong e Israel) elevaram as suas compras em 23,3%, 41,0% e 50,9%, respectivamente, o que contribuiu para o crescimento da receita cambial mineira.

As exportações de carne de frango e suína foram incrementadas em 22,5% e 20,2%, respondendo pelo montante de US$ 87,9 milhões e US$ 30,2 milhões, respectivamente. A receita de vendas de carne bovina, de frango e suína respondeu por 91,7% do montante exportado por todas as carnes.

Na pecuária, Márcia Silva destaca ainda o bom desempenho dos embarques de animais vivos. No primeiro trimestre de 2013, a receita de exportação desse segmento subiu 1.754,9% em relação ao período correspondente do ano anterior e atingiu US$ 3,6 milhões. "Os embarques de bovinos lideraram as vendas externas desse segmento e foram destinados exclusivamente a Angola", acrescenta.

De acordo com a assessora, o grupo carnes responde por 14,7% das exportações do agronegócio mineiro, ocupando a segunda colocação atrás do café. Já o complexo sucroalcooleiro está na terceira posição, 14,3%, e produtos florestais ocupam o lugar seguinte, com 9,8%), todos com crescimento da receita de vendas.

Os dados do primeiro trimestre deste ano também mostram a perspectiva de recuperação das vendas externas de frutas e derivados, que cresceram 11,7% e atingiram US$ 1,2 milhão. Márcia Silva dia que as exportações desse segmento foram lideradas pelos embarques de limão que tiveram receita de US$ 884,4 mil. O aumento de 404,6% das importações do Reino Unido contribuiu para a expansão das vendas da fruta.

Recuo do café - Para Márcia Silva, o bom desempenho desses setores ajudou a reduzir o quadro negativo das exportações do agronegócio mineiro em geral entre janeiro e março de 2013. O desempenho da receita global do setor no período (US$ 1,6 bilhão) foi 13,3% inferior ao registrado no primeiro trimestre do ano passado. Esta retração foi muito influenciada pelas vendas externas de café e derivados (52,3% das exportações do agronegócio mineiro), que entre janeiro e março deste ano foram de US$ 833,0 milhões, cifra 25,1% menor do que a registrada em idêntico período de 2012.

A redução das compras dos principais países importadores de café, a exemplo de Alemanha, Estados Unidos, Japão e Itália, contribuiu para esse resultado. As cotações internacionais também estão enfraquecidas: entre o primeiro trimestre de 2012 e 2013, o valor da tonelada do produto embarcado passou de US$ 4,76, para US$ 3,26, redução de 31,6%.

Já as vendas externas exclusivamente de março mostram resultados positivos para as exportações do agronegócio estadual em comparação ao mês anterior, com expressiva participação do café. A receita de vendas registrou crescimento de 12,5%, chegando a US$ 532,7 milhões, com as vendas externas de café e derivados apresentando expansão de 10,8% e o montante de US$ 272 milhões. "Esse resultado foi impulsionado pelo aumento das importações dos Estados Unidos, Japão e Bélgica (respectivamente, segundo, terceiro e quarto principais destinos)", ressalta a assessora.

Márcia Silva ainda destaca o comportamento das exportações do complexo soja. A receita de vendas desse segmento cresceu 1.454,7%, comparando-se fevereiro e março de 2013 e atingiu US$ 29,1 milhões. O aumento de 1.455,0% das exportações de soja em grão contribuiu para esse bom resultado.


Veículo: Diário do Comércio - MG


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