Reestruturação da BRF na Argentina só deve terminar em 2014

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O vice-presidente da BRF para a América Latina, Nelson Vas Hacklauer, afirmou ontem que a empresa só deverá concluir a reestruturação de suas operações na Argentina em meados de 2014. "Precisamos gerar fluxo no curto prazo, porque nossos resultados estão ruins", disse em evento na embaixada brasileira em Buenos Aires.

A BRF entrou na Argentina no fim de 2011, quando decidiu adquirir a Avex, processadora de aves, e a Dánica, produtora de maioneses e margarinas. A empresa buscou o mercado argentino como alternativa após o Cade obrigá-la a desinvestir no Brasil. Em maio de 2012, a companhia fez uma operação de troca de ativos com a Marfrig, assumindo a subsidiária argentina Quickfood, processadora de carne bovina.

Cotada em bolsa, a Quickfood publicou há dois meses o balanço dos primeiros nove meses de gestão da BRF. O faturamento caiu do equivalente a US$ 307,9 milhões, entre julho de 2011 e março de 2012, para US$ 280,4 milhões, entre julho de 2012 e março de 2013. A nova gestão conseguiu, porém, reduzir o prejuízo líquido, de US$ 29,3 milhões para US$ 11,8 milhões, na mesma comparação.

"Nossos problemas não são com a conjuntura econômica da Argentina, são as circunstâncias internas. Ainda não temos toda a sinergia que podemos ter, e temos muito o que fazer na nossa própria casa", afirmou Vas Hacklauer. De acordo com o executivo, a BRF vai unificar as oito empresas que controla na Argentina (a Quickfood é a única que divulga resultado) em uma única pessoa jurídica. "Temos oito estruturas de custos diferentes, oito equipes de distribuição, oito sistemas de informática e tudo isso gera um custo administrativo alto", afirmou ele.

O processo de fusão, entretanto, deve demorar pelo menos dois anos, de acordo com o executivo. "Legalmente temos créditos tributários que só poderão ser resgatados mais adiante, e antecipar a fusão iria nos levar a abrir mão dessa receita", disse.

Conforme Vas Hacklauer, no longo prazo a BRF pretende transformar a operação da Argentina em uma "plataforma comum com o Brasil para exportações", direcionadas ao mercado asiático. "O custo operacional na Argentina atualmente não é maior que o brasileiro e uma maior desvalorização cambial no futuro poderia nos dar até 10% de redução em relação ao que conseguimos na matriz".

Hoje, a BRF exporta pouco a partir da Argentina. As vendas estão concentradas no negócio de aves, em que cerca de 20% da produção é exportada para Chile e Venezuela. "Mas o mercado chileno é pequeno e competitivo, e o da Venezuela enfrenta problema para a liquidação das operações", disse o executivo.



Veículo: Valor Econômico


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