Keystone na Ásia desperta a atenção da BRF

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A BRF tem interesse na operação asiática da Keystone Foods, controlada pela Marfrig. O Valor apurou que se a Marfrig colocar o ativo à venda, a BRF está disposta a avaliar a operação para uma eventual aquisição.

A BRF não pode comprar ativos no mercado doméstico, pois o acordo fechado com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que permitiu a união entre Perdigão e Sadia, impede a companhia de ampliar sua capacidade de produção no mercado brasileiro.

Assim, a BRF não pode adquirir os ativos que a Marfrig colocou à venda no Brasil no mês passado, num plano para reduzir seu alto endividamento. Entretanto, a BRF não enfrenta restrições para crescer no exterior. O novo presidente do conselho de administração da companhia, Abilio Diniz, já afirmou, reiteradas vezes, que quer internacionalizar ainda mais a empresa, que já tem operações na Europa.

Procuradas pela reportagem, BRF e Marfrig preferiram não se pronunciar sobre o assunto.

Com endividamento bruto de quase R$ 13 bilhões e alavancada, a Marfrig anunciou, em maio, um plano de reestruturação que prevê a venda de três plantas da Seara, sua controlada, no país e fechamento de duas unidades de abate de bovinos na Argentina, além de centros de distribuição.

Pelo menos por ora, a venda de operações da Marfrig no exterior não foi incluída no plano que tem como objetivo reduzir o endividamento bruto da empresa em R$ 2 bilhões até o fim deste ano.

A operação da Keystone na Ásia é considerada um dos ativos mais valiosos da Marfrig, em boa medida porque tem como maior cliente a rede de fast food McDonald's. Além da Ásia, a Keystone Foods também opera nos Estados Unidos, Nova Zelândia, Austrália, Europa e Oriente Médio. A empresa foi adquirida em 2010 pela Marfrig por US$ 1,26 bilhão.

Os investidores têm reagido de forma positiva ao plano anunciado por Sérgio Rial, atual CEO da Seara e futuro CEO da Marfrig. No mês de maio, as ações da companhia subiram 11,31% na BM&FBovespa e fecharam o período a R$ 7,58. A iminência da venda de ativos pela Marfrig e a percepção de que outras unidades, além das anunciadas, possam ser colocadas à venda pela companhia, estariam sustentando as ações, segundo fontes do mercado. Ontem, os papéis da companhia subiram mais 2,24%, para R$ 7,75. Já os da BRF caíram 0,70%, a R$ 49,57.



Veículo: Valor Econômico


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