As ações da Sadia S.A. lideraram as quedas do Ibovespa na BM&F Bovespa na última sexta-feira. Os papéis da companhia fecharam em R$ 3,39, queda de 7,12%, praticamente o dobro da queda da segundo maior recuo, 4,11% da operadora Redecard. Rumores sobre mais perdas com derivativos justificaram o forte movimento de baixa, segundo analistas de mercado.
Analistas acreditam que o comportamento foi deflagrado depois da divulgação de uma nota de uma corretora sobre os impactos da lei 11.638 no próximo balanço da Sadia, que deve ser publicado em meados de fevereiro. Essa nova lei determina que já a partir do quatro trimestre, as operações futuras de derivativos devem ser contabilizadas nos balanços das companhias abertas, e não somente nas notas explicativas, como era feito antes. "Nesta nota, a corretora fazia uma má interpretação do impacto desta lei, como se a Sadia fosse ter prejuízo maior por causa dela. Mas o que muda é a forma como os contratos futuros de derivativos serão apresentados. Agora entrarão no balanço, influenciando a linha ‘lucro ou prejuízo’, mas, na prática, não terão efeito caixa", explica um analista que preferiu não se identificar.
A avaliação negativa se espalhou durante a tarde de sexta-feira e começou a provocar perdas nos papéis da Sadia por volta das 16h. Peter Ping Ho, analista da Corretora Planner, diz que é possível que o mercado tenha usado essa informação para realizar lucro. "A avaliação de que a Sadia deve ter no quatro trimestre perdas com derivativos semelhantes às que teve no terceiro trimestre já estava precificada", explica Ping Ho.
As perdas da Sadia até 30 de setembro eram de R$ 653 milhões. Na ocasião, a exposição era de US$ 2,36 bilhões, valor que foi reduzido, até 9 de dezembro para US$ 687 milhões. O resultado dessa redução da exposição líquida não foi informado pela companhia.
Veículo: Gazeta Mercantil