Em agosto, cotação apresentou alta de 15%, e tendência é de manutenção.
A redução da oferta de animais no mercado interno, aliada à alta registrada nos preços do boi gordo, tem contribuído para o aumento da lucratividade da suinocultura mineira. Em agosto, a cotação do suíno vivo apresentou alta de 15%. A tendência é de manutenção, já que tradicionalmente o consumo do produto é alavancado no segundo semestre.
O segmento segue otimista em relação ao mercado. Na próxima quinta-feira, os representantes da suinocultura mineira farão uma reunião para discutir a implantação da certificação de qualidade da carne suína.
Para o vice-presidente da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), José Arnaldo Cardoso Penna, a certificação trará valorização.
"Vamos começar a discutir um projeto para que seja criada uma certificação de qualidade para a carne suína. O objetivo é certificar as unidades produtoras, assim como hoje é feito com o café, e o retorno esperado é agregar valor à carne suína e garantir ao consumidor uma carne de alta qualidade e produzida dentro de rigorosos padrões de qualidade", disse.
Em relação ao desempenho do mercado, 2013 tem sido um ano favorável para o setor. "Após enfrentarmos graves perdas ao longo de 2012, os preços pagos pelo suíno vivo estão mais valorizados e os custos de produção inferiores aos praticados ao longo do ano anterior. Isto tem permitido que os suinocultores ajustem as contas e voltem a investir na atividade", disse.
Na média estadual o quilo do suíno vivo é negociado a R$ 3,80, valor 15% maior que o registrado no início de agosto, quando o quilo estava cotado em R$ 3,30. A tendência é que, nos últimos três meses do ano, o preço do quilo do suíno nas negociações entre suinocultores e frigorífico chegue a R$ 4, valor considerado lucrativo para a atividade.
"O terceiro trimestre do ano é quando geralmente registramos a maior valorização da carne suína. A tendência é que os preços cheguem - ou até mesmo superem - os R$ 4 por quilo registrados em igual período do ano passado. A oferta limitada e o período de entressafra do boi gordo, que encarece os preços da carne bovina e incentiva a migração do consumo para opções com valores mais competitivos, são fatores que irão contribuir para a elevação dos preços da carne suína", disse.
Um dos receios dos produtores é o encarecimento dos custos de produção. A escassez de chuvas em algumas regiões dos Estados Unidos vem comprometendo parte da safra de milho e soja, o que impulsiona os preços dos grãos no mundo e também no Brasil. No Estado, os custos de produção estão variando entre R$ 3,00 e R$ 3,20 dependendo da região produtora.
"Nas últimas semanas registramos alta nos custos de produção, principalmente no milho e soja, o que, além da possibilidade de perdas na safra norte-americana, também foi promovido pela desvalorização do real frente ao dólar. Este último fator incentivou a ampliação dos embarques de milho e limitou a oferta no mercado interno. Outros produtos como medicamentos e vitaminas também estão mais caros por serem importados", disse.
Para que o suinocultor mantenha a atividade lucrativa, segundo Cardoso Penna, é necessário que ele invista na melhor gestão das propriedades e dos custos.
"A melhora na administração das unidades produtoras é fundamental para que o produtor tenha controle dos custos e explore da melhor forma os insumos da atividade. Outro fator importante é que ele não aumente o número de matrizes e que o crescimento da produção seja alcançado com a melhora da produtividade", disse.
Veículo: Diário do Comércio - MG