O Brasil deverá duplicar as exportações de pescado esse ano, como efeito da desvalorização do real, o que torna os produtos brasileiros mais atraentes para os compradores externos, disse o ministro da Pesca, Altemir Gregolin.
As exportações de camarão, lagosta e peixe deverão subir para cerca de US$ 500 milhões, comparativamente aos US$ 240 milhões do ano passado, disse ontem Gregolin. As importações brasileiras dessa categoria de produto deverão cair para cerca de US$ 500 milhões, em relação aos US$ 658 milhões computados em 2008, disse ele.
A desaceleração da economia mundial levou os preços das commodities a despencar e o real brasileiro a perder 33% de seu valor no câmbio desde o início de agosto do ano passado. A queda dos preços do pescado brasileiro em dólar, associada ao aumento das compras por parte de países como China e Japão, estão permitindo que o Brasil aumente as exportações este ano, disse Gregolin.
"Estamos nos beneficiando das desvalorizações cambiais e também procurando novos compradores para aumentar a demanda e ampliar o mercado interno", disse Gregolin.
"O Brasil tem grande potencial para desenvolver seu setor de pescado e para gerar muito mais receita do que agora", disse Gregolin.
O Brasil produz até 1,05 milhão de toneladas de peixe ao ano, que geram US$ 3 bilhões em receita anual, disse Gregolin. A produção deverá saltar facilmente para 20 milhões de toneladas e alcançar uma receita de US$ 160 bilhões, disse ele. O Brasil tem 8.500 quilômetros de litoral e possui a maior reserva mundial de água doce -- ou 12 por cento do total, disse ele.
O governo pretende comprar e estocar peixe no norte do Amazonas, o maior Estado produtor de pescado do país, já na safra de 2010, que vai de agosto a outubro, disse Gregolin. O plano dará sustentação aos preços durante a captura e melhorará a armazenagem de crustáceos, disse ele.
Veículo: Gazeta Mercantil