Ontem (13), as negociações com o frango vivo no interior paulista transcorreram no mesmo ambiente firme observado no último sábado. A ocorrência foi propícia aos produtores, que pleitearam e obtiveram ajuste de cinco centavos. Assegurando, agora, o retorno à cotação de R$2,75/kg, o aumento de ontem surpreendeu. Por, pelo menos, três razões. Primeiro, por ter ocorrido numa segunda-feira, dia em que, normalmente, os abatedouros avaliam o desempenho de seu produto no final de semana e, por isso, recorrem pouco ao mercado de aves vivas.
O segundo fator de surpresa é o período do mês em que o ajuste ocorre: final da primeira quinzena, ocasião em que os negócios, já mornos, começam a esfriar. Não, porém, desta vez - parece. Por fim, surpreende o fato de esta recuperação de preço estar sendo registrada em plena Quaresma, período pouco propício ao comércio de carnes em geral. Haja vista que, de 1º de março para cá, recuaram os preços dos suínos e do boi em pé. Ou seja: o frango vivo é a exceção da vez.
Justificativa(s) para esse comportamento atípico? É pouco provável que esteja sendo determinado pelo consumidor final, pois no atacado paulistano os preços do frango abatido se encontram em retração desde a semana passada. A resposta, portanto, pode estar relacionada à oferta, provavelmente melhor adequada à presente quadra da economia brasileira. E, sob esse aspecto, o que se pode destacar é que, no momento, começam a ser abatidos, como frango, os pintos alojados em fevereiro. Teria o alojamento do mês retrocedido mais que em janeiro, quando o volume alojado internamente recuou quase 4,5% em relação a janeiro de 2016? Aguardam-se os números.
Outro fator que poderia estar contribuindo para o maior equilíbrio do mercado de aves vivas é a exportação de carne de frango. Porém, pelos dados da SECEX/MDIC relativos à segunda semana de março, o bom desempenho da semana inicial do mês não se repetiu. Este, porém, é assunto para a matéria que vem na sequência. Pois o que importa aqui é que, mesmo com o ajuste de ontem, o mercado do frango vivo permanece firme e propício a novo(s) ajuste(s) no decorrer desta semana. Tal comportamento, porém, está restrito ao interior paulista. Porque em Minas Gerais a cotação do frango vivo permanece inalterada há uma semana em R$2,80/kg e sem perspectivas de alteração, pois as negociações locais vêm se desenvolvendo em ambiente absolutamente calmo. Essa calmaria faz com que a cotação mineira esteja, no momento, apenas cinco centavos acima da registrada no interior paulista. É a menor diferença registrada neste ano e está mais de 60% aquém da média registrada em 2016, de 13 centavos.
Fonte: Avisite