"Se nós perdermos essas aves, nós perdemos toda a capacidade de recuperação", disse Maggi a repórteres.
"Estou muito preocupado."Os protestos de caminhoneiros contra a alta do diesel estrangularam o país, que é a maior economia da América Latina, por mais de uma semana, levando a desabastecimento de combustível e alimentos e pressionando todo tipo de exportação, de soja a carne e carros.
A indústria de carnes já estima uma perda de 1,3 bilhão de reais em decorrência da greve, disse Maggi.Ele avalia que cerca de 64 milhões de aves já foram mortas, um volume um pouco abaixo do considerado pela indústria, de mais de 70 milhões.
O Brasil tinha por volta de 1 bilhão de aves antes da greve.
Alguns produtores perderam seu capital de trabalho e precisarão de assistência financeira, acrescentou o ministro. Conforme Maggi, o governo ajudará essa cadeia produtiva adiando gastos em outros setores.
ATRASO NA SOJA
Exportadores de soja têm navios ancorados por não ter o produto nos principais portos para carregá-lo, disse Maggi. Ele não conseguiu quantificar o custo do atraso dos envios para a indústria, mas disse que seria "muito grande.
"O Brasil é o maior exportador de soja do mundo, sendo a China sua maior compradora.O país se beneficiou da disputa comercial entre a China e os Estados Unidos, já que os compradores chineses adquiriram mais cargas do Brasil.
Porém Maggi disse que, no longo prazo, a disputa poderia prejudicar o Brasil. Os exportadores norte-americanos de soja procurariam vender mais em outros mercados, possivelmente roubando negócios do Brasil, comentou.
Assim, se os EUA e a China acabassem resolvendo suas diferenças, o Brasil poderia acabar perdendo, disse ele.Não houve uma solução rápida para a restrição da União Europeia ao frango brasileiro, porque o padrão imposto pela UE sobre a ocorrência de salmonela nos envios brasileiros era muito difícil de ser alcançado, disse Maggi.
Fonte: Reuters