Mercado de carne sem osso mantém a firmeza que já dura onze semanas. Neste período nenhuma desvalorização foi registrada. O contraponto, que recomenda cautela ao atribuir à demanda do consumidor a “responsabilidade” por esta sustentação, vem do comportamento dos preços da carcaça. Especialmente nas duas últimas semanas.
Assim que acabou a greve dos caminhoneiros e o fluxo de mercadorias foi completamente restabelecido, no começo de junho, o boi casado que vinha estável há vinte e cinco dias, saltou de R$9,32/kg para R$9,84/kg, alta de 5,6%.
Com um tempo de prateleira reduzido frente ao produto desossado e, portanto, com estoques que não podem ser grandes, os varejistas ficaram durante todo o período de paralisação dos transportes sem se abastecer com carcaças. Quando puderam comprar houve uma enxurrada de pedidos e isso puxou a cotação para cima.
O mercado operou nestes níveis de preço, até o final da primeira quinzena de junho, quando as desvalorizações começaram. Considerando que este produto é mais sensível as alterações de demanda, que responde mais rápido a estas mudanças, não parece estar fácil escoar a produção.
Diante disso, o que aparentemente tem ocorrido com a carne sem osso é um reabastecimento gradual por parte dos varejistas, em especial das grandes redes, que não chegaram a ficar desabastecidos no período de greve e, portanto, não correram para os negócios logo em seguida, e agora estão comprando de forma compassada, mantendo os preços firmes no atacado, mesmo que o consumidor não mantenha um ritmo forte de compra.
Fonte: Scot Consultoria