Oferta de bovinos segue restrita, com preço firme

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A oferta de boi gordo, em Minas Gerais, segue restrita e os preços apresentaram alta em torno de 3% nos últimos 30 dias. O aumento é considerado significativo para o período, que vem apresentando baixa demanda no mercado final. A recuperação mais lenta da economia e a descapitalização dos consumidores são fatores que devem deixar os pecuaristas mais cautelosos em relação ao segundo ciclo do confinamento, uma vez que o cenário não se mostra tão atrativo como o projetado nos últimos meses.

 

De acordo com o médico-veterinário e consultor da Scot Consultoria, empresa especializada em análise do agronegócio, Hyberville Neto, a oferta de animais confinados, devido ao período de entressafra, segue limitada e os preços, firmes. Porém, abaixo do esperado pelo setor produtivo.

 

“Em Minas Gerais, assim como nas demais regiões, o cenário é de preços firmes, mas com a demanda no mercado final deixando a desejar, principalmente por estarmos na segundo quinzena do mês, período de menor capitalização dos consumidores. A tendência é de que no início de agosto ocorra nova valorização, mas em níveis menos expressivos”, explicou.

 

No Estado, a cotação da arroba do boi gordo apresentou valorização média próxima a 3% entre os dias 20 de junho e 20 de julho. Nas regiões do Triângulo, Belo Horizonte e Norte do Estado, a arroba encerrou o dia 20 de julho cotada a R$ 136, com pagamento à vista e sem Funrural. Já no Sul de Minas, o valor pago pela arroba do boi gordo foi de R$ 132.

 

A oferta mais restrita de boi gordo se deve ao período de seca, quando a pastagem se torna escassa e os animais passam a ser terminados em confinamento. No primeiro ciclo do sistema, que se encerra em julho, o retorno financeiro para o produtor não foi tão alto quanto o esperado devido aos altos custos de produção e baixo preço no mercado.

 

Inicialmente, para o segundo ciclo, a expectativa era de melhores resultados. Entre os fatores que poderiam contribuir estavam os preços mais acessíveis do milho, devido à colheita da segunda safra e a expectativa de um consumo maior, em função de uma possível recuperação mais rápida da economia. Porém, o consumo no mercado final não tem reagido e as cotações no mercado futuro recuaram, o que tem deixado os pecuaristas mais cautelosos.

 

O analista da Scot Consultoria, Alex Lopes da Silva, explica que no início do planejamento para o confinamento, as expectativas eram de um crescimento de 3% na economia em 2018, porém, com o passar do tempo, o índice de aumento foi revisado para baixo e deve encerrar o ano com alta de 1,5%.

 

Futuro - Em relação ao mercado futuro, no início do confinamento, a arroba do boi gordo estava cotada para outubro e novembro – período de menor oferta e encerramento do confinamento - acima de R$ 151, valor que hoje está abaixo de R$ 149 por arroba.

 

“A sinalização era de um melhor retorno para o confinamento, com valorização da arroba, o que não vem acontecendo como planejado. Hoje, o confinamento está pagando somente o custo e, em algumas situações, dando prejuízo. Quem não travou os preços a R$ 151, hoje, quando faz as contas, vê que a situação não é tão favorável e a melhora do cenário dependerá do mercado físico”, explicou Lopes.

 

Fonte: Diário do Comércio

 


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