Manter os suínos no chiqueiro não anda nada fácil para o criador independente, aquele que não é ligado a uma cooperativa ou agroindústria. De acordo com a Associação Catarinense do setor, o custo de produção por quilo do suíno vivo está em R$ 4,17, mas o criador recebe em torno de R$ 2,80.
“É motivo de preocupação sim porque sabemos que Santa Catarina é um estado promissor e não estamos conseguindo ganhar em cima disso”, afirma Losivanio Luiz de Lorenzi, presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos.
Ao longo do tempo essa importante fatia da economia brasileira veio perdendo espaço nas propriedades de muitos agricultores, principalmente da região Oeste de Santa Catarina. Em uma delas, que já chegou a ter 3.700 suínos, hoje não tem mais nenhum e os galpões que restaram deram espaço à agropecuária.
Segundo a Associação Catarinense dos Criadores, em todo o estado são cerca de 600 produtores independentes. Pelo levantamento da entidade pelo menos 30 suinocultores estão em processo de encerramento da atividade, uma etapa que pode demorar até nove meses.
O criador Félix Muraro Júnior está entre os que decidiram acabar com a criação. Em setembro ele para com tudo, após mais de 40 anos de atividade, que começou com o avô. O foco agora vai ser na produção leiteira e de grãos.
“O alto custo, atrelado principalmente ao milho e ao farelo de soja, e também ao baixo preço do suíno na nossa região, nos levou a encerrar as atividades. E, também, não vemos uma melhora principalmente na exportação de suínos”, explica Muraro.
Dados da Associação Brasileira de Proteína Animal mostram que as exportações de carne de porco brasileira tiveram queda de 30% na receita em comparação com o primeiro semestre do ano passado.
Fonte: Globo Rural