A quanto o setor chegou, efetivamente, é outra história. Mas as projeções da APINCO baseadas no alojamento interno de pintos de corte e levando em conta os índices de produtividade apontados pelo mercado indicam que em 2018 o setor dispôs de potencial suficiente para produzir perto de 13,289 milhões de toneladas de carne de frango, volume que, comparado aos 13,612 milhões estimados para 2017, representa redução anual de 2,38%.
Mais condizente com os momentos difíceis enfrentados pela avicultura em 2018, o índice de redução registrado quase não chega a tanto. Pois, no primeiro semestre do ano, a queda de produção observada foi mínima, pouco superior a 1,5%, fator que combinado aos problemas enfrentados no período – custos iniciais de produção elevados, embargos a empresas exportadoras, greve dos caminhoneiros, entre outros – agravou ainda mais a difícil situação econômico-financeira do setor.
Não por menos, a queda de produção do segundo semestre foi mais incisiva, superando os 3%. E - com certeza, não por coincidência - os resultados do semestre foram mais favoráveis ao setor produtivo. A ponto de estimular a reativação da produção e fazer com que, no espaço de seis meses (de junho para dezembro) o volume estimado aumentasse quase 11%.
O que, diga-se de passagem, ainda não corresponde a um recorde. Pois embora a maior produção mensal do setor no exercício passado tenha ocorrido em janeiro, o recorde absoluto, aparentemente, foi registrado um ano antes, em janeiro de 2017, ocasião em que o volume de pintos alojados anteriormente estabeleceu um potencial de produção superior a 1,2 milhão de toneladas.
Notar, pelo gráfico abaixo, à direita, que além de permanecer na faixa dos 13 milhões de toneladas pelo quarto ano consecutivo, o potencial apontado também conduz ao menor volume do último quadriênio.
Repetindo o que foi dito no início, o total anual divulgado – perto de 13,3 milhões de toneladas – apenas reflete um potencial estimado pela APINCO. Ou seja: se foi atingido, é outra história. No entanto, o resultado se encontra muito próximo das estimativas levantadas por duas respeitosas instituições – a FAO, no âmbito internacional; e a CONAB, internamente.
Pela FAO, a produção do último exercício sofreria um recuo da ordem de 3% e se situaria em torno dos 13,2 milhões de toneladas. Já pela CONAB, o recuo estaria próximo de 1,5% e o volume anual em 13,4 milhões de toneladas.
Por seu turno o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), cujo representante na área agropecuária no Brasil acompanha há décadas a evolução da indústria do frango, estimou para 2018 volume em torno de 13,550 milhões de toneladas. Mas a partir de 2018 o USDA passou a incluir em suas estimativas, além do frango, poedeiras e reprodutores descartados, a produção doméstica, etc. Assim, seus números estão inflados, mas não fora da realidade.
Fonte: AviSite