Em seu primeiro Food Outlook de 2019 (o próximo deve sair no segundo semestre), a Agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) estima que a produção mundial das três principais carnes no corrente exercício sofrerá recuo inferior a meio por cento em relação ao ano anterior, mas será 1,3% superior à registrada dois anos atrás, em 2017.
Naturalmente, essa queda só afeta a carne suína e está sendo determinada pelo surto de Febre Suína Africana que vem afetando a China (45,6% da produção mundial em 2018, segundo a FAO), diversos países asiáticos e outros países ao redor do mundo. Mas enquanto previsões diversas estimam que a produção chinesa deve recuar até mais de 20%, a FAO projeta queda de pouco mais de 10% - de 54,969 milhões de toneladas em 2018 para 49,125 milhões de toneladas no corrente exercício. Em todo continente asiático (55% da produção mundial) a redução prevista não chega a 9%.
As aves (principalmente o frango) serão as principais supridoras da lacuna prevista. Sua produção neste ano deve aumentar perto de 3%, o que, ocorrendo, elevará em dois anos a participação das carnes avícolas na produção mundial das três carnes de pouco mais de 39% para perto de 40,7%. Já a participação da carne suína cai de 38,4% para 36,6%.
Notar, de toda forma, que nos três exercícios analisados pela FAO (2017, 2018 e 2018) as carnes avícolas já lideram a produção mundial. A única grande diferença que é que o volume adicional em relação à carne suína sobe de 2% (2017) para mais de 11% em 2019.
No tocante às exportações – que devem aumentar perto de 5% - a maior expansão, é óbvio, recai sobre a carne suína (+8,3%, 700 mil toneladas adicionais). E, ao menos para a FAO, nesse bolo estão reservadas para o Brasil mais de 200 mil toneladas, o que fará as exportações brasileiras de carne suína crescerem mais de um quarto neste ano.
O incremento previsto de 3,8% no comércio internacional de carnes avícolas) corresponde a um adicional de 500 mil toneladas . Aqui, porém, a fatia brasileira não deve ir muito além das 100 mil toneladas adicionais (de 4,050 milhões/t em 2017 para 4,158 milhões/t em 2019, 2,7% de aumento).
Neste caso, a FAO prevê que as exportações dos EUA crescerão apenas 1% (de 3,852 milhões/t para 3,891 milhões/t) e as da União Europeia pouco mais de 2% (de 1.644 milhão/t para 1.681 milhão/t). Assim, a maior fatia desse bolo ficará com a Tailândia, cujas exportações avícolas tendem a aumentar perto de 12%, passando 1.135 milhão/t para 1.268 milhão/t.
Com tais resultados, a participação brasileira nas exportações mundiais permanecerá inalterada, em torno dos 30%, mantendo o País na liderança mundial.
Fonte: AviSite