Pecuaristas e frigoríficos aguardam Termo de Ajuste de Conduta

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O governo federal deverá criar uma comissão especial para a elaboração de um Termo de Ajustamento de Conduta para a pecuária. O setor aguarda a conclusão do documento para poder destravar a comercialização de 35% do abastecimento de carne do País. A comissão, proposta pelo senador Valter Pereira, será composta por representantes do Ministério Público Federal (MPF), do governo do Pará e dos produtores.

 

Na última semana, o Senado realizou audiência pública em Belém para tentar resolver o embargo à carne do Pará onde operam, atualmente, 32 frigoríficos. Durante a reunião, Ana Júlia Carepa, governadora do Estado do Pará, apontou a assinatura de um termo de ajustamento de conduta entre promotores e produtores como a solução para o impasse. Para ela, o acordo está próximo.

 

No entanto, o chefe da Procuradoria da República do Pará, José Augusto Torres Potiguar, salientou que a aceitação das exigências do MP é a única maneira de normalizar os negócios. O procurador informou que foi enviado documento com informações complementares para as 69 empresas que receberam recomendação de não comprar os bois do desmatamento. Enquanto isso, pecuaristas de fazendas embargadas no sul do Pará decidiram negociar bois por meio de outras fazendas, não embargadas, para driblar o bloqueio. A operação para "esquentar" o gado para venda já é utilizada com transferência de bezerros - não considerados gado de corte, mas matrizes -, e agora será estendida para os bois. Das 21 fazendas da região proibidas pelo Ministério Público Federal do Pará (MPF) de vender boi gordo para abate, nove pertencem ao Grupo Santa Bárbara, que tem o banqueiro Daniel Dantas como acionista. O presidente do Grupo Santa Bárbara, Carlos Rodenburgo (foi sócio de Dantas no Opportunity), afirma que vai usar a transferência de gado como expediente para fornecer tanto bois gordos para os frigoríficos quanto bezerros.

 

A governadora do Pará acenou com a implantação do Cadastro Ambiental Rural (CAR), como meio de regularização fundiária e ambiental no Pará. As 21 ações pedem indenizações que somam R$ 2,1 bilhões e levaram, no último mês, grupos varejistas e grandes indústrias a deixar de comprar. Otávio Cançado, diretor executivo da associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), afirmou que o que os procuradores da República fizeram ameaça a credibilidade "não só do Pará, mas do Brasil inteiro" no mercado internacional.

 

Veículo: DCI


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