A atividade de exportação de pescado, especialmente importante para os estados do Piauí, Rio Grande do Norte, Ceará, Pernambuco, Bahia e Santa Catarina, registrou queda de 57,88% entre 2003 e 2008, ao passar de 113.839 toneladas exportadas em 2003 para, apenas, 47.947 t. no último ano da série. Os dados são da Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC), que responsabiliza a desvalorização cambial e a elevada carga tributária como principais responsáveis pela crise desse segmento da economia. Várias indústrias de processamento de pescado já fecharam as portas, e as que permanecem no mercado operam com volume muito abaixo de sua capacidade instalada, o que já provocou milhares de demissões.
Já as importações brasileiras de pescado saltaram de 152.464 toneladas, em 2003, para 218.486 toneladas em 2008, o que representa uma evolução de 43,3%. Em divisas, o desembolso aumentou 236,7% no mesmo período analisado, saltando de US$ 203 milhões para US$ 683 milhões.
Por sua vez, o cultivo marinho de camarões – carcinicultura marinha –, que já ocupou o 2º lugar da pauta de exportações do setor primário da Região Nordeste em 2003, com um volume exportado de 58.455 toneladas e US$ 226 milhões de divisas, teve suas exportações reduzidas para 9.398 toneladas e US$ 40,5 milhões em 2008. Enquanto isso, o Equador com uma costa de apenas 640 km, aumentou suas exportações de camarão cultivado de 57.493 toneladas (2003) para 133.689 toneladas e US$ 683 milhões (2008) e a Tailândia, que tem a costa igual à do Nordeste brasileiro, exportou 335.372 t e captou US$ 2,26 bilhões de divisas em 2008.
Na opinião de Itamar de Paiva Rocha, presidente da ABCC e diretor do Departamento do Agronegócio da Fiesp, caso a Medida Provisória 460, que prevê a compensação do crédito-prêmio do IPI por débitos fiscais inscritos na dívida ativa, seja aprovada, estará aberto o caminho para o segmento exportador de pescado sair da crise conjuntural em que se encontra.
Veículo: Revista Fator Brasil