Em julho passado, as vendas externas de carne suína caíram 14,28% em comparação com o mesmo período de 2008, para 48,1 mil toneladas, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs). Em valor, o recuo foi bem mais significativo, de 40,5% na mesma comparação, para US$ 100,50 milhões.
De acordo com Pedro de Camargo Neto, presidente da Abipecs, a principal razão para a queda das vendas é a valorização do real ante o dólar. "Mesmo com os baixos preços praticados no mercado interno, as exportações perdem competitividade com a atual relação cambial", afirmou em nota.
O dirigente disse que a gripe A (H1N1), popularmente conhecida como "gripe suína" não contribuiu para os resultados negativos das exportações. "Nada de gripe. A doença é o câmbio mesmo!", queixou-se.
Quando a doença surgiu na América do Norte, no primeiro semestre, países importadores, como a Rússia, chegaram a suspender as compras de carne suína dos Estados Unidos. Isso não ocorreu com o Brasil.
Segundo a Abipecs, o setor de carne suína atravessa crise em países concorrentes da União Europeia, no Canadá e nos EUA. Mas, diz ele, nesses países, a suinocultura " tem recebido amplo apoio de seus governos, o que infelizmente não ocorre entre nós".
De janeiro a julho, o Brasil exportou 342,58 mil toneladas de carne suína, 4,83% mais do que no mesmo intervalo de 2008. A receita com as vendas foi de US$ 683,57 milhões, queda de 22,03% sobre igual período de 2008. A queda forte reflete a desvalorização dos preços na exportação. A cotação média em julho passado foi de US$ 2.089 por tonelada, queda de 30,57% em um ano.
Veículo: Valor Econômico