O governo argentino reafirmou que vai manter as barreiras contra as importações, segundo discurso da ministra de Indústria e Turismo, Débora Giorgi. Durante a abertura do Congresso Nacional da Indústria Madeireira, em Buenos Aires, Giorgi disse que "as licenças não automáticas para diferentes categorias de móveis estão em pleno vigor", apesar das reclamações dos exportadores brasileiros e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"As licenças não automáticas vão continuar sendo aplicadas nos setores que são convenientes para o desenvolvimento da indústria nacional e a preservação dos postos de trabalho", argumentou a ministra.
Giorgi ressaltou que os governos brasileiro e argentino vão fazer um "monitoramento estrito" dos acordos de "autolimitação" das exportações fechados pelos empresários de ambos os países.
Em junho passado, a Associação Brasileira de Móveis (Abimóveis) concordou em vender ao mercado argentino 65% menos do que exportou em 2008 ao vizinho. O acordo foi fechado com a Federação Argentina de Indústria de Móveis com a condição de o governo argentino liberar a entrada do volume permitido.
Mas a Argentina não só não liberou a cota estabelecida como aumentou as exigências burocráticas para a entrada do produto em seu território.
Na semana passada, antes da reunião entre os presidentes Lula e Cristina, Giorgi anunciou o fim de uma destas exigências, a do visto consular.
Mas as licenças para a entrada dos móveis brasileiros continuam a demorar mais de 180 dias porque, segundo a ministra, é preciso preservar o setor, que emprega 55 mil trabalhadores em 2.600 empresas.
No entanto, Giorgi recordou que na reunião da última quarta-feira entre os presidentes, em Brasília, ambos "se comprometeram a monitorar os acordos entre os setores privados para evitar eventuais distorções ou descumprimento de algumas das partes". Também insistiu que a relação com o Brasil "deve ser equitativa e equilibrada, de modo a permitir uma complementaridade produtiva para ambos os lados da fronteira".
Veículo: DCI