Um ano após seu nascimento, o Sistema de Pagamentos em Moedas Locais (SML) - que permite que o comércio entre empresários do Brasil e da Argentina possa ser realizado em pesos e reais, prescindindo do tradicional dólar - não apresentou o sucesso esperado pelos governos dos dois países. Anunciado com pompa em 2008 pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Cristina Kirchner, o sistema ao longo destes 12 meses encontrou resistência - e desinteresse - por parte dos empresários brasileiros e argentinos.
Apesar de um ano de funcionamento, o SML somente representou 2% do intercâmbio comercial Brasil-Argentina, que em setembro totalizou US$ 3,281 bilhões. O BC argentino, em comunicado, ressaltou que o sistema começou a ser utilizado em plena crise econômica internacional, quando ocorreu uma "forte contração do comércio entre o Brasil e a Argentina".
No entanto, o SML registra um pequeno mas persistente crescimento. Segundo o Banco Central argentino, em outubro o sistema registrou um recorde de 185 operações pelo total de 152 milhões de pesos (US$ 39 milhões). O total acumulado nestes 12 meses de existência do SML é de 643 milhões de pesos (US$ 167 milhões).
O sistema foi utilizado em 924 operações, das quais 40% oscilaram entre US$ 26 mil e US$ 130 mil. Outros 40% corresponderam a operações com valores inferiores a US$ 26 mil. Do total de 397 empresas que usaram o sistema, 172 são argentinas e 225, brasileiras.
Veículo: Jornal do Commercio - RJ