A alta dos preços no varejo foi determinante para o término da deflação registrada pelo Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). Em outubro, o índice registrou deflação de 0,04% e, em novembro, houve inflação de 0,07%.
O IPC-DI, um dos componentes do IGP-DI, subiu de 0,01% para 0,26% de outubro para novembro. Os preços no atacado diminuíram o ritmo de deflação no mesmo período, de queda de 0,08% para baixa de 0,04%. "Os preços ao consumidor foram os que subiram mais", confirmou o coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros. "A subida nos preços do varejo foi tão intensa que compensou o fato de os preços varejistas contarem com menos peso que os do atacado no cálculo do IGP-DI. É raro isso acontecer."
Na prática, o que comandou a aceleração no período foi a mudança de comportamento nos preços dos alimentos, que saíram de uma queda de 0,95% para um avanço de 0,27%.
Dos componentes do IGP-DI, o Índice de Preços por Atacado (IPA) cedeu 0,04% em novembro, seguindo declínio de 0,08% em outubro. Os preços agropecuários avançaram 0,06% e os industriais recuaram 0,07%.
Ainda em novembro, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) avançou 0,29%. O acréscimo antecedente equivaleu a 0,06%. Materiais, equipamentos e serviços tiveram expansão de 0,19% e mão de obra ampliaram-se 0,40%.
IPC-S
A inflação mensurada pelo Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) foi de 0,47% , quase o dobro do aumento de 0,26% apurado no índice anterior.
Esta foi a maior taxa de variação para o indicador desde a segunda semana de setembro deste ano, quando o IPC-S subiu 0,51%. A principal contribuição para a taxa maior do IPC-S partiu do comportamento de preços dos alimentos. A taxa de inflação deste setor saltou de 0,27% para 0,94% entre a quarta quadrissemana do mês passado e a primeira quadrissemana deste mês.
Segundo a FGV, no setor de alimentação, dos 21 itens componentes, 18 registraram acréscimos em suas taxas de variação de preços. Além dos alimentos, foram registrados acréscimos nas taxas de Despesas Diversas (de 0,05% para 0,24%), Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,06% para 0,12%), Habitação (de 0,26% para 0,27%) e Educação e Recreação (de 0,29% para 0,36%).
Veículo: DCI