Com um crescimento de 4,5%, o Brasil deve ser um dos impulsores do fortalecimento da economia da América Latina neste ano, segundo um relatório divulgado ontem pelas Nações Unidas. Apesar disso, o cenário desenhado internamente no Brasil é bem mais otimista. O mercado projeta um avanço de até 6% do PIB neste ano, enquanto o governo fala em números superior a 5%.
De acordo com o estudo, realizado pelo Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU (Undesa), a expansão média das economias da América Latina e do Caribe em 2010 será de 3,4%. Em 2009, a região experimentou de maneira global retração de 2,1%. Analistas da ONU atribuíram o declive da economia da região em 2009 à redução da demanda externa, à queda dos preços e à contração do consumo e do investimento privado.
O estudo aponta ainda que desde o terceiro trimestre de 2009 e também em virtude da evolução na economia mundial a queda econômica na maioria dos países foi freada, "houve melhora na confiança dos consumidores e novos sinais de recuperação apareceram".
Para 2010, antecipam que a recuperação econômica global continuará por, em grande parte, ao fato de que os preços das matérias-primas também subirão, assim como em virtude de uma maior demanda externa - especialmente da Ásia - e das medidas de estímulos fiscais que apoiam as economias nacionais.
Esses fatores, segundo os economistas da ONU, ganharão força especialmente na América do Sul, onde se prevê uma recuperação mais rápida e liderada pelo Brasil. Os economistas assinalaram que o Governo do Brasil, assim como os de Chile, Panamá e Peru, teve excedentes fiscais em anos anteriores e acumulou amplas reservas de divisas estrangeiras. Isso, de acordo com estudo, viabiliza a continuação dos programas sociais e a mitigação do impacto da crise financeira.
Veículo: DCI