As vendas reais da indústria brasileira subiram 1,3% em novembro perante outubro, pelo critério dessazonalizado. Na série sem ajuste, porém, houve queda de 1,9%, informou a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Ante novembro de 2008, as vendas reais cresceram 8,4%. Nos 11 primeiros meses do ano passado, porém, houve declínio de 5,7% perante igual intervalo do calendário anterior.
O número de atividades industriais que já retornaram a níveis de produção iguais ou superiores a setembro de 2008, mês de patamar recorde do setor, antes dos efeitos da crise, está ampliando gradativamente e o setor deve retomar o patamar pré-crise ainda neste primeiro semestre, segundo analistas. De 27 atividades industriais pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em novembro, seis registraram crescimento na produção nessa comparação. Em setembro, eram cinco atividades com expansão nesse confronto. O gerente executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, acredita que, em "meados" deste primeiro semestre, a maior parte dos setores já terão superado as marcas do mês pré-crise, ainda que alguns segmentos predominantemente exportadores devam mostrar uma recuperação mais lenta.
O ex-secretário de Política Econômica e professor da Unicamp, Julio Sérgio Gomes de Almeida, avalia que a maior parte das atividades industriais deve retornar ao patamar de antes da crise até abril, com a média do setor industrial, mostrando um crescimento na produção ante setembro de 2008 já no início do segundo trimestre. Ele ressalta que, se essa perspectiva for confirmada, o setor terá trabalhado um ano e meio "para chegar ao mesmo lugar", ou seja, aos níveis de antes das turbulências. "Para a economia brasileira como um todo, a crise foi uma marola, mas para a indústria ficou longe disso", ressaltou.
No mês de novembro, os segmentos que já mostraram resultados positivos em relação a setembro de 2008 destacam-se por mostrar uma recuperação bem mais forte do que a indústria em geral, cuja produção ainda está 5,9% abaixo daquele período. Esses segmentos destacados são máquinas para escritório e equipamentos de informática (1,1%), produtos químicos (2,8%), perfumaria e produtos de limpeza (8,5%), celulose, papel e produtos de papel (2,1%), bebidas (9,7%) e alimentos (0,4%).
Veículo: DCI