Um maior volume de café arábica da safra 2008/09 começou a ser disponibilizado no mês de julho. Além de favorecer o andamento da colheita, o tempo firme durante todo o mês fez com que boa parte do café estendido nos terreiros começasse a alcançar as condições adequadas para as etapas seguintes de beneficiamento e armazenamento.
De acordo com informações do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), nem mesmo as temperaturas mais baixas chegaram a representar riscos, visto que o frio não foi suficiente para causar geadas, que danificariam os cafezais.
Ainda assim, segundo o Cepea, em algumas regiões produtoras de arábica, como no Cerrado mineiro, o índice de grão verdes e miúdos continuava alto em julho. Apesar da demora para que lotes da nova safra cheguem ao mercado, a estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é que a produção atual seja de 45,5 milhões de sacas, na safra anterior, foram 33,7 milhões de sacas.
Além de o clima ter atrasado o início da colheita, chuvas irregulares no segundo semestre de 2007 implicaram em floradas tardias, agentes comentam que o avanço das atividades tem sido dificultado também pela baixa disponibilidade de mão-de-obra para as lavouras e pelo aumento dos custos de máquinas colhedeiras, boa parte das regiões produtoras realizam colheita mecanizada.
Sul - No Sul de Minas, maior região produtora de café no país, as atividades de colheita alcançavam apenas 40% até o fim de julho. No Paraná, a colheita estava próxima de 60% no mesmo período. A região da Zona da Mata mineira que, juntamente com os paranaenses, começa a safra mais cedo que as demais regiões, contava com cerca de 70% da safra colhida no início de agosto.
Com esse quadro, a previsão é que a colheita prossiga até o início de outubro, período que deve coincidir com o início das primeiras floradas da próxima safra (2009/10). Com a grande carga de café que está sendo colhida, os pés ficam debilitados e a produção do ano que vem deve ser menor, marcando a bianualidade típica da cultura.
O Indicador Cepea/Esalq do arábica tipo 6 bebida dura para melhor teve média de R$ 250,52/saca de 60 kg (posto em São Paulo) em julho, queda de 2,05% sobre junho. A redução deveu-se ao fraco desempenho dos contratos futuros de café na bolsa de Nova York (ICE Futures).
Nem mesmo a confirmação dos leilões de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro), a partir de setembro, que tem o intuito de reter parte da oferta no Brasil de modo a proporcionar melhor remuneração ao produtor, foi suficiente para elevar as cotações externas no acumulado do mês. No dia 31 de julho, o primeiro vencimento (Setembro) de café arábica na bolsa de NY fechou em 139,35 centavos de dólar por libra-peso, queda de 9,05% sobre o encerramento de junho.
Veículo: Diário do Comércio - MG