Produtores rurais terão R$ 100 bi na próxima safra

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Somado ao crédito para agricultura familiar, total será de R$ 116 bi; parte do dinheiro irá para sustentabilidade

 

Para tentar acompanhar o crescimento da produção nacional de alimentos, os produtores rurais terão R$ 100 bilhões em crédito para custeio e investimentos na próxima safra. Parte desses recursos será destinada ao financiamento de práticas sustentáveis no campo.

 

O Plano Agrícola e Pecuário 2010/2011, lançado ontem pelo governo, traz um volume recorde de recursos para o setor, que, quando somado aos valores disponibilizados para a agricultura familiar, totalizam R$ 116 bilhões.

 

Na safra passada, o total do crédito agrícola foi de R$ 107,5 bilhões.
"Vamos atingir esse numero cabalístico e global de R$ 100 bilhões, que é dinheiro grosso em qualquer país do mundo", disse o ministro Wagner Rossi (Agricultura).
No lançamento do plano, o presidente Lula disse que o sucesso internacional do setor se deve ao empenho do governo em defender os interesses do país no exterior.

 

"[O Brasil] está dando certo porque não tenho vergonha de chegar a qualquer país e defender o algodão brasileiro, defender a cana e o álcool brasileiro, defender a soja, o milho e o empresário brasileiro", afirmou Lula.
Ele destacou o fato de os produtores de etanol contarem com R$ 2,4 bilhões dos recursos do Plano Safra para investimentos em estocagem de álcool, em uma linha de crédito operada pelo BNDES com juros de 9% ao ano.

 

"Neste país, por interesses eminentemente políticos, tinha governante que tinha vergonha de usineiro. Não tinha vergonha possivelmente de pedir dinheiro para campanha, mas tinha vergonha depois de dizer que era amigo de usineiro", completou.
Segundo Rossi, os recursos a juros menores para o setor sucroalcooleiro devem contribuir para diminuir as oscilações de preço do produto nas bombas dos postos.

 

Entre os destaques do plano está a criação do programa ABC (Agricultura de Baixo Carbono), com aplicação de R$ 2 bilhões dos recursos anunciados na recuperação de áreas degradadas, plantio de florestas e outras medidas de integração da produção de maneira sustentável. O programa prevê a redução de emissões de até 176 milhões de toneladas de CO2 até 2020.

 

No entanto, para o professor Luiz Antônio Pinasa, do Centro de Agronegócio da FGV, o volume recorde de crédito para o setor nesta safra não necessariamente será convertido em maior renda para empresários e famílias do campo.
"O total disponibilizado no ano passado nem sequer foi aplicado, porque depois da crise os bancos ficaram muito mais rigorosos e boa parte dos agricultores ainda está endividada", avalia.

 


Veículo: Folha de S.Paulo


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