No Brasil, 53% não temem desemprego

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O trabalhador brasileiro não teme perder o emprego e confia na manutenção da sua renda salarial. Essas são as conclusões do resultado do Índice de Medo do Desemprego de junho, que ficou em 82,3 pontos em uma base de 100, praticamente estável frente aos 82 pontos registrados em março.

 

O índice é calculado trimestralmente pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) a partir de pesquisa feita pelo Ibope. Na sondagem, o pesquisador pergunta se o trabalhador teme ser demitido e apresenta três alternativas: "pouco medo", "muito medo" e "sem medo".

 

Nessa última sondagem, feita com 2.002 pessoas entre 18 e 21 de junho em diferentes localidades do país, 53% dos consultados responderam que não temem perder a vaga. Outros 30% disseram ter pouco medo e 16% manifestaram muito temor. O restante não respondeu. Na análise da CNI, o dado relevante dessa pesquisa foi a permanência, acima dos 50%, do grupo de pessoas que afirmaram não ver risco de demissão. A primeira vez que esse grupo superou os 50% foi em março. Em junho, esse percentual se manteve, atestando o otimismo dos trabalhadores.

 

O pior nível dessa série iniciada em 1996 ocorreu em 1999, quando o Índice de Medo do Desemprego chegou a 119 pontos. A CNI lembra que o indicador vem decrescendo desde 2003 em função da maior contratação de empregados com carteira assinada em todo o país.

 

No ano passado, em que a economia enfrentou as consequências da crise financeira global e no qual várias empresas enxugaram o quadro de pessoal, o medo de demissões chegou a 97,2 pontos. Desde então, decresceu proporcionalmente à medida que o trabalhador voltava a ficar confiante na situação do país. A tendência para os meses seguintes é que essa sensação de otimismo se mantenha.

 

Os últimos dados oficiais sobre o mercado de trabalho mostram que entre janeiro e maio foram abertas 1,260 milhão de vagas para contratação com carteira assinada. Nos próximos dias, o Ministério do Trabalho apresenta o resultado de junho, com possibilidade de que a oferta líquida de oportunidade tenha chegado a 320 mil. O trabalho temporário nas campanhas eleitorais e as atividades mais intensas no agronegócio do Centro-Oeste deverão ampliar as admissões nos próximos meses.
 

 

Veículo: Valor Econômico


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