Prévia de índice oficial mostra deflação de 0,09%, provocada por alimentos

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O Índice de Preços ao Consumidor-15 (IPCA-15) ficou teve deflação de 0,09% em julho, ante alta de 0,19% em junho, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio abaixo do piso do intervalo das expectativas do mercado (-0,03% a +0,10%), com mediana de 0,02%. No ano, o IPCA-15 acumula alta de 3,26% e, em 12 meses, variação de 4,74%.

 

A deflação foi "fortemente influenciada pelos alimentos", segundo destacam os técnicos do IBGE no documento de divulgação da pesquisa. O grupo de Alimentos e Bebidas registrou queda de 0,80% no mês, ante queda de 0,42% em junho. Entre os alimentos que registraram queda de preços em julho, os destaques são a batata inglesa (-16,48%), tomate (-14,94%), cebola (-13,08%), cenoura (-10,32%), açúcar cristal (-7,47%) e refinado (-5,27%), além do leite pasteurizado (-4,49%).

 

Apesar da queda nos preços de vários itens alimentícios, o item "refeição fora de casa" teve aumento de 0,95% em julho e deu a maior contribuição (0,04 ponto percentual) para o IPCA-15 do mês. Já os produtos não alimentícios registraram alta de 0,12% no IPCA-15 de julho, ante 0,37% em junho.

 

A desaceleração na taxa de um mês para o outro foi influenciada por diversos grupos de produtos, com destaque para Transportes (-0,36%). Segundo o IBGE, os automóveis novos (-1,16%) e usados (-2,22%) caíram de preços, assim como o litro do álcool (-3,15%) e da gasolina (-0,53%) e dos ônibus urbanos (-0,18%).

 

A deflação de 0,09% do IPCA-15 de julho, que mostrou um recuo vigoroso dos núcleos, reforça a possibilidade de o Banco Central (BC) elevar a Selic em 0,50 ponto percentual em setembro, avaliou o economista da consultoria LCA, Fabio Romão. Ele ressalta que o BC deve elevar os juros em 0,75 ponto percentual hoje.

 

O especialista acredita que a desaceleração do nível de atividade deve continuar a diminuir as expectativas para a alta dos juros de analistas de mercado, apuradas pela pesquisa Focus, na próxima semana. Ele prevê que o IPCA deve fechar o ano em 5,1%, mas ressalta que há chances de que sua estimativa seja reduzida em breve para 5%. Com o IPCA-15 de julho, que veio abaixo da mediana de alta de 0,02%, apurada pelo AE-Projeções, Romão deve alterar a previsão de alta do IPCA de julho, de 0,12% para uma marca próxima a 0,07%.

 


Veículo: DCI


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